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Fórmula 1

Novato brasileiro de 18 anos não se intimidou ao estrear num F-1 de Vettel

Dutch Photo Agency/Red Bull Content Pool
Imagem: Dutch Photo Agency/Red Bull Content Pool

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Barcelona (ESP)

23/05/2016 06h00

A rápida adaptação de Max Verstappen à Fórmula 1 mesmo tendo feito apenas um ano em carros de fórmula antes de chegar à categoria máxima do automobilismo deixou muita gente impressionada. Mas não é exatamente uma novidade para o brasileiro Sergio Sette Câmara, que completa 18 anos nessa segunda-feira.

Atualmente na Fórmula 3 Europeia e tendo tido seu primeiro contato com um F-1 recentemente, o piloto lembra que o salto do kart para os carros de fórmula foi bem mais surpreendente - ainda que a capacidade do Red Bull com o qual participou de um evento promocional da marca tenha impressionado.

“Pilotar um F-1 foi algo diferente de tudo o que eu já fiz na vida. Antes de entrar no carro, achei que ia notar o motor, pois o peso do F-3 é parecido e são 500cv de diferença. Notei muita [diferença] na reta, mas o que mais me impressionou foi a freada. Tem muita aderência mecânica e aerodinâmica, o pneu é muito mais grosso, então a diferença era ridícula: eu entrava na curva achando que estava na velocidade em que tinha que estar e sempre estava mais lento”, revelou o piloto em entrevista exclusiva ao UOL Esporte.

“Demorou umas cinco ou seis voltas para eu andar na velocidade que deveria. Nada que não dê para se adaptar. É claro que é um brinquedo maior, mas todos os pilotos vão se preparando, desde o kart, então acaba sendo um passo a mais. Na verdade, diria que o passo do kart para o F-3 é muito mais chocante. Foi um susto, mas não foi tão grande. Lembro que, quando pilotei um F-3 pela primeira vez, não acreditava naquilo.”

O carro usado por Sette Câmara foi o RB8, usado por Sebastian Vettel na campanha do tricampeonato, em 2012. Trata-se de um equipamento diferente do utilizado hoje por Verstappen, com motor V8 aspirado.

Vindo de seu primeiro pódio na F-3 neste ano, com a conquista do segundo lugar em uma das três etapas disputadas em Pau, na França, o brasileiro, que é membro do programa de desenvolvimento de pilotos da Red Bull, compete neste final de semana na casa da empresa austríaca, o Red Bull Ring. E sabe que apenas bons resultados nesta temporada, sua segunda na F-3 Europeia, podem lhe garantir um futuro como o de Verstappen.

“Os passos que eu dar de agora em diante vão depender muito do que eu fizer no ano em que estou correndo. Sempre foi assim na verdade, desde o kart. Pode ser que eu continue, que eu dê um passo para frente ou para trás. Pode acontecer de tudo. Vou dar o meu melhor, aprender o máximo. O caminho ainda não está traçado - pelo menos não que eu saiba!”

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