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Equipes aprovam novo paddock, mas detonam boxes velhos e pequenos

Mecânicos trabalham nos boxes de Interlagos para o GP do Brasil - REUTERS/Paulo Whitaker
Mecânicos trabalham nos boxes de Interlagos para o GP do Brasil Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker

Luiza Oliveira e Julianne Cerasoli

Do UOL, em São Paulo

12/11/2016 06h01

O autódromo de Interlagos ainda não está garantido no calendário futuro da Fórmula 1, mas apresentou novidades em 2016. O novo paddock se tornou um atrativo do GP do Brasil e agradou as equipes. Mas os boxes ainda são motivo de muita reclamação por parte dos mecânicos por serem velhos e pequenos.

Apesar da reforma no espaço, os boxes não sofreram alterações e são considerados ultrapassados, principalmente se comparados com os autódromos novos e suntuosos de Grandes Prêmios como Abu Dhabi e China.

Fisioterapeuta de Felipe Nasr na Sauber, Joseph Leberer reclama do tamanho reduzido e diz que não há espaço nem para montar uma cama de massagem para o piloto mesmo após a reforma. “Eu não posso criticar o GP do Brasil, sou quase um brasileiro. Porém, acho que eles não aproveitaram o espaço da melhor maneira”, disse o austríaco, que também trabalhou com Ayrton Senna. 

O UOL Esporte conversou com alguns mecânicos das equipes que também criticaram os boxes especialmente por ser pequeno.  Como não há espaço, muitos pneus não são armazenados dentro das garagens e ficam expostos no paddock, diferentemente do que acontece na maioria dos autódromos do circuito.

“É velho. E o maior problema é que é muito pequeno e não dá para guardar tudo. Isso aqui foi feito há mais de 30 anos. Hoje em dia, as equipes têm muito mais estrutura, muito mais coisas para armazenar“, disse um mecânico da Red Bull que preferiu omitir o nome.

Os mecânicos da Force India têm a mesma opinião. “É muito pequeno, fica tudo muito apertado. E é muito quente. Seria ótimo se tivesse um ar condicionado”, afirmou um deles.

Apesar das reclamações dos boxes, o novo paddock, por outro lado, recebeu elogios. Até dois anos atrás, o autódromo não tinha estrutura permanente. Os escritórios e as áreas de convivência das equipes ficavam instaladas em containers de forma improvisada. Em 2015, o espaço deixou uma impressão ruim por ser entregue ainda em obras e com acabamentos por fazer.

Por isso, neste ano, as equipes comemoram por ao menos o espaço estar pronto. “Acho que ficou bom. Pelo menos acabaram, porque ano passado foi meio feio entregar algo pela metade. Achei que ficou bom. Pelo menos está mais bonito, bem apresentável. E é isso que a gente espera de nosso país: que se proponha a fazer algo e que vá até o final”, disse o brasileiro Felipe Massa.

O piloto mexicano Esteban Gutiérrez, da Haas, também fez elogios. “Muito legal, muito espaçoso, muito diferente do que era antes. Agora é mais comparável aos outros e eu gosto muito da pista. É como no passado, com curvas fechadas”.

"Mas ainda há coisas a serem melhoradas. “Está muito melhor, muito mais espaçoso. Agora não precisamos mais ficar desviando das pessoas. Mas não está completamente acabado. O meu chefe [Toto Wolff] chegou aqui e me pediu para limpar os vidros, mas não dá: a sujeira é da construção, está por dentro e não sai de jeito nenhum”, afirmou Michaela Kamphins, que trabalha no catering da Mercedes.

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