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Aposentadoria de Massa fez seu melhor amigo na F-1 repensar futuro

Clive Mason/Getty Images Sport
Imagem: Clive Mason/Getty Images Sport

Julianne Cerasoli

Do UOL, em São Paulo

17/11/2016 06h36

O primeiro pódio de Felipe Massa na Fórmula 1, no GP da Europa de 2006, foi justamente na estreia de Rob Smedley como seu engenheiro de pista. O piloto, que fazia sua primeira temporada na Ferrari, tinha então 24 anos, e o britânico, 32, ambos jovens para as  posições que ocupavam. Muitos altos e baixos e 10 anos depois, influenciado pela decisão de Massa de deixar a Fórmula 1, Smedley decidiu diminuir bastante sua presença nas pistas a partir de 2017.

O engenheiro, hoje chefe de performance da Williams, equipe para a qual foi logo depois de Massa, em 2014, revelou em entrevista exclusiva ao UOL Esporte que foi um dos primeiros a perceber que Massa estava perto de decidir pela aposentadoria da Fórmula 1.

“Saímos de férias juntos em Ibiza em julho. As duas famílias reunidas. E ele me disse mais ou menos [que sairia da F-1] quando estávamos lá. Naquele momento, ele não tinha decidido totalmente, mas minha sensação era de que estava quase decidido”, contou o profissional, que se diz contente com o discernimento do amigo.

“Minha sensação era de que ele estava certo e de que eu não poderia aconselhá-lo de maneira diferente. Na verdade, fiquei feliz por ele não ter ido para o fim do grid, cada vez correndo por uma equipe pior e piorando seus resultados, e fiquei feliz por ele.”

Mais do que apoiar a decisão de Massa, Smedley passou a sentir, então, que o caminho do brasileiro fazia sentido para sua própria vida e sua família.

“Por mais que eu ame o Felipe, fiquei feliz pela família dele. A mãe e o pai são pessoas muito boas e a mulher dele também. Eles e o filho vão poder ficar mais com ele e ele será mais pai e mais marido. Claro que ele vai sentir falta de algumas coisas daqui, mas a verdade é que não há muitas coisas para se sentir falta nesse paddock.”

Não demorou muito para o inglês também optar por ficar mais perto da família em 2017. Porém, diferentemente do piloto brasileiro, o plano é seguir na Williams, ainda que estando presente em menos etapas.

“É algo independente do que Felipe está fazendo, mas já estou viajando consistentemente para todas as corridas há quase 20 anos. É muito tempo. E estou considerando há uns dois ou três anos que quero desacelerar um pouco e não vir para todas as corridas. Por questões profissionais, acho que ir às corridas é o certo a fazer, mas do lado pessoal, eu sinto muita falta da minha família e sofro com isso - mesmo trazendo minha mulher e filhas para várias provas. E certamente o que Felipe está fazendo me incentivou”, reconheceu.

“Sinto que é o certo a fazer. Ainda farei parte da Fórmula 1 e da Williams. Estou comprometido a ajudar a reconstruir a equipe, mas só significa que não vou ter que vir para todas as corridas por mais 20 anos.”

A Williams não anunciou se Smedley permanecerá como chefe de performance. Quanto ao substituto de Massa na equipe, foi confirmada a estreia do canadense Lance Stroll, de 18 anos, ao lado de Valtteri Bottas.

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