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Eles desistiram da aposentadoria na F-1. Uns venceram, outros fizeram feio

Os três anos de Schumacher após sua primeira aposentadoria estiveram longe de ser um sucesso - YASUYOSHI CHIBA-25.nov.2012/AFP
Os três anos de Schumacher após sua primeira aposentadoria estiveram longe de ser um sucesso Imagem: YASUYOSHI CHIBA-25.nov.2012/AFP

Julianne Cerasoli

Do UOL, em São Paulo

22/12/2016 06h00

Um piloto desistir da aposentadoria e voltar à Fórmula 1 não é novidade na categoria. Mas nem todos os retornos deram certo: houve os que até foram campeões, como Alain Prost e Niki Lauda, ou que venceram corridas novamente como Kimi Raikkonen; mas também teve quem não fez sombra ao que se esperava, como Michael Schumacher, Nigel Mansell e Alan Jones. De que lado Felipe Massa estará se seu retorno se concretizar?

Relembre os retornos mais famosos da Fórmula 1:

Michael Schumacher foi outro que encerrou a carreira no auge. Mesmo perdendo o campeonato de 2006 para Fernando Alonso, o alemão fez uma apresentação de gala no GP do Brasil. Seu retorno, em 2010, foi uma grande surpresa - e rapidamente se tornou uma grande decepção. O alemão conquistou apenas um pódio em três temporadas, e ainda cometeu erros, como no GP de Cingapura de 2013, que fizeram muitos questionarem seus reflexos. Sua ajuda no desenvolvimento do time da Mercedes, contudo, é reconhecido hoje em dia.

Niki Lauda abandonara a Fórmula 1 antes do final da temporada de 1979, mas resolveu voltar em 1982 - e venceu logo em sua terceira prova. No ano seguinte, venceu por meio ponto a disputa com seu companheiro, o então jovem Alain Prost, pelo título. A disputa dos dois foi interessante porque, ainda que o francês fosse mais rápido em classificação, a experiência do austríaco, na época com 36 anos, se fazia sentir nas corridas. Sua última temporada, em 1985, no entanto, foi marcada por muitas quebras.

Mansell McLaren - Mike Hewitt/Getty Images - Mike Hewitt/Getty Images
Imagem: Mike Hewitt/Getty Images
Nigel Mansell resolveu se aposentar da categoria logo após ter sido campeão do mundo, em 1992. Ganhou ainda mais moral ao ser campeão da F-Indy no ano seguinte e aceitou o convite para substituir Ayrton Senna em 1994. Em 1995, resolveu revogar de vez a aposentadoria e assinou com a McLaren. Na estreia, em Imola - o inglês perdeu as primeiras etapas porque não cabia no cockpit - terminou em 10º, a uma volta do então pouco experiente Mika Hakkinen. Depois de abandonar na 19ª volta do GP da Espanha, prova seguinte, Mansell resolveu deixar a F-1 de vez.

Alain Prost tinha sido demitido da Ferrari em 1991 depois de duras críticas ao carro e recebeu uma boa grana do time para não assinar com nenhuma outra equipe no ano seguinte. Livre para retornar em 1993, o francês fechou acordo com a dominante Williams e fez sua parte, conquistando o título com sobras. E se aposentando “de verdade”.

Alan Jones foi campeão do mundo em 1980, mas nunca esteve entre os grandes pilotos da história. Talvez por isso, sua tentativa de retornar ao grid não seja das mais famosas. O australiano havia encerrado sua carreira com vitória em 1981, mas decidiu voltar, com a Arrows, em 1983. Fora do peso, acabou não aguentando a prova. Jones tentaria um segundo retorno, em 1985, com a Haas-Lola, classificando-se 10s atrás do pole do GP da Itália, Ayrton Senna. O piloto ainda conquistaria alguns pontos no ano seguinte, mas o carro era muito lento e o fim da carreira do campeão de 1980 acabou sendo melancólico.

Alessandro Zanardi hoje é celebrado pela coleção de medalhas paraolímpicas, mas na F-1 sofreu muitas críticas. O italiano tivera participações tímidas andando por equipes pequenas no início dos anos 90, e voltou embalado pela carreira na Indy, correndo pela Williams, em 1999. Zanardi mostrou velocidade, mas errou muito e a Williams já não era a força de anos anteriores. Para piorar, a consistência do companheiro Ralf Schumacher fazia suas performances parecerem ainda piores e o italiano terminou o ano sem pontos, enquanto o alemão fez 35. E seu contrato foi encerrado com dois anos para o fim.

Kimi Raikkonen surpreendeu ao deixar a Fórmula 1 aos 30 anos quando se viu sem vaga na Ferrari, que contratara Fernando Alonso para a temporada de 2010. O finlandês experimentou várias categorias e focou no rali, mas causou novamente surpresa ao retornar, em 2012. O campeão de 2007 reconquistou o respeito na F-1 e venceu duas etapas antes de voltar ao time que tinha demitido-o, a Ferrari. Apesar de suas performances estarem abaixo do que o piloto fez em sua ‘primeira carreira’, Raikkonen segue firme e forte como o piloto mais velho do atual grid. 

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