Relação entre McLaren e Honda chega ao limite: "Tensão máxima", diz chefe
Cinco unidades de potência utilizadas em cinco dias de testes na pré-temporada. Toda uma programação de desenvolvimento do motor e do chassi atrasada pela perda de tempo de pista. Isso, na terceira chance que a McLaren está dando para sua parceira Honda acertar a mão em seu equipamento.
Não é por acaso que o chefe do time inglês, Eric Boullier, é o primeiro a reconhecer que a relação com os japoneses nunca esteve tão arranhada. Depois de ter dado sinais de evolução ano passado, a Honda entendeu que seu projeto não poderia ter evolução tão grande quanto os rivais e resolveu mudar totalmente sua unidade de potência. Porém, a expectativa de chegar mais perto de Mercedes e Ferrari vem provando ser mais difícil do que o esperado. E, mesmo andando sem forçar o ritmo, a equipe vem sofrendo com quebra atrás de quebra.
Perguntado sobre o nível de tensão atual da relação McLaren-Honda, o chefe Eric Boullier respondeu: “Máximo.” O francês deixou claro que o ambiente da F-1 é assim. “Colocamos o máximo de pressão em nossa relação com a Honda e o mesmo acontece do lado deles. Não podemos errar, precisamos fazer o melhor carro também. Obviamente há muito nas mãos da Honda para que eles investiguem tudo da maneira apropriada, e nós temos de confiar que nossos parceiros vão conseguir e acreditar.”
Após os primeiros problemas com o carro, ainda semana passada, Fernando Alonso já tinha reconhecido que era “frustrante ficar até 1h da manhã se preparando com os engenheiros para aproveitar ao máximo os testes e mal sair dos boxes.”
Trata-se de um discurso bastante diferente das temporadas anteriores. Em 2015, no início da parceria, tanto os chefes, quanto os pilotos falavam em ir progressivamente escalando o pelotão, em um projeto que demoraria três anos para chegar a pódios e vitórias. Porém, com o prazo se esgotando, a pressão em cima dos japoneses é clara.
Sem saída
Na última terça-feira, Stoffel Vandoorne chegou a dar 80 voltas, mas só apenas depois de trocar seu motor e, ainda assim, viu rivais de Williams e Ferrari andarem mais que o dobro. Isso é particularmente preocupante em um ano no qual o limite de unidades de potência por piloto cai de cinco para quatro.
Ainda assim, a McLaren ainda titubeia em falar sobre mudar de parceiro. Afinal, a relação de 20 anos com a Mercedes não acabou bem, a Ferrari dificilmente forneceria motores a uma equipe com poderio financeiro suficiente para batê-la e a Renault encontraria a resistência da cliente Red Bull.
Sabendo disso, Boullier afirmou que a equipe “tem um contrato em vigor e normalmente os casamentos durante sete anos, e não três! Nem pensamos [em acabar com a parceria]. Nosso contrato é sólido, de longo prazo.”
Nesta quarta-feira, Alonso retorna ao cockpit para o antepenúltimo dia de testes da pré-temporada. O campeonato começa com o GP da Austrália, dia 26 de março.
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