Topo

Fórmula 1

Como Hamilton driblou os pneus e ganhou confiança na briga com Vettel

Lewis Hamilton comemora vitória no GP do Canadá - Clive Mason/Getty Images
Lewis Hamilton comemora vitória no GP do Canadá Imagem: Clive Mason/Getty Images

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Londres (ING)

16/06/2017 06h42

O desafio para a Mercedes era bem específico: fazer a frente do carro funcionar bem com o composto ultramacio em um asfalto liso, especialmente em condição de classificação. Afinal, em um campeonato tão disputado como o deste ano e com pneus tão sensíveis, foi isso que, em última análise, fizera com que Lewis Hamilton chegasse ao GP do Canadá 25 pontos atrás de Sebastian Vettel na tabela do campeonato.

Exagero? Pois Hamilton fora primeiro ou segundo colocado, assim como Vettel, em todas as corridas a não ser nas duas vezes em que encontrou a tal combinação de pneu ultramacio e asfalto liso, na Rússia e em Mônaco.

Sabendo disso, a Mercedes armou um esquema especial para compreender onde estava o problema e o próprio Hamilton disse que, nos cinco anos em que está na equipe, nunca viu tamanha mobilização. Foram criados turnos para que os dados e simulações fossem estudados 24h por 10 dias seguidos entre os GPs de Mônaco e do Canadá. Neste período, foram feitas análises aerodinâmicas, mecânicas, de acerto e de estilo de pilotagem.

Os pneus de 2017 têm se mostrado bastante sensíveis e até mesmo uma nuvem no céu já pode abaixar a temperatura de pista e provocar variações em seu rendimento nem Hamilton esconde o alívio em se sentir mais confortável com os ultramacios.

“Nosso problema era fazer os pneus funcionarem em classificação, fazer com que eles entrassem na temperatura certa”, explicou Hamilton após a vitória dominante no Canadá ao UOL Esporte. “Conseguimos fazer isso em Montreal devido à compreensão e análise de tudo o que aconteceu em Mônaco. Isso me deu muita confiança nos pneus e em como fazê-los funcionar. Não imagino que os problemas de Monte Carlo voltem a acontecer. Mas nunca diga nunca e estamos trabalhando duro para nos certificar de que aquilo não voltará a acontecer.”

toto wolff - AFP PHOTO / ANDREJ ISAKOVIC - AFP PHOTO / ANDREJ ISAKOVIC
Ainda ainda não tem 100% de certeza que problemas acabaram
Imagem: AFP PHOTO / ANDREJ ISAKOVIC
Problemas não foram 100% resolvidos
Mesmo que seu piloto esteja empolgado com a performance, o chefe da Mercedes, Toto Wolff, ainda acha que é cedo para comemorar. E dá como exemplo a própria classificação do GP do Canadá, em que Valtteri Bottas ficou a 0s718 de Hamilton, a maior diferença registrada entre ambos até aqui.

“Mesmo que eles estivessem com acertos bem parecidos, o nível de aderência estava aumentando para Lewis durante a sessão, e o de Valtteri estava diminuindo”, disse.

Isso seria resultado da diferença de estilo de pilotagem entre ambos, pois Bottas tende a preservar mais os pneus dianteiros o que, em condição de classificação, faria com que eles não atingissem a temperatura ideal. Mas o dirigente quer ver ambos os carros rendendo bem.
“São essas pequenas interrogações que continuam no ar e precisamos superá-las.”

A próxima prova de fogo para a Mercedes será em Baku, dia 25. Novamente, deve ajudar a equipe, contudo, o fato dos pneus ultramacios não serem utilizados, ainda que o asfalto do circuito de rua também seja bastante liso. Além disso, Hamilton volta à pista em que teve uma das piores corridas ano passado, depois de ter batido na classificação. Na estreia do GP do Azerbaijão, o inglês foi o quinto colocado e viu o então companheiro Nico Rosberg vencer.

Fórmula 1