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Largada 'sortuda' de Bottas não deve se repetir tão cedo, acreditam pilotos

Valtteri Bottas mostra confiança para o GP da Áustria - Dominic Ebenbichler/Reuters
Valtteri Bottas mostra confiança para o GP da Áustria Imagem: Dominic Ebenbichler/Reuters

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Silverstone (ING)

14/07/2017 05h32

A largada de Valtteri Bottas no GP da Áustria, no último final de semana, continua dando o que falar. O finlandês fez algo pouco usual entre os pilotos, tentando adivinhar quando as luzes vermelhas se apagariam, e acabou acertando exatamente o momento de ultrapassar a linha de sua posição no grid, ficando por muito pouco além da tolerância mínima de movimentação do carro avaliada pela FIA em dois décimos de segundo.

A explicação, contudo, não convenceu totalmente o líder do campeonato, Sebastian Vettel, que estava ao lado de Bottas na largada.

“O corpo humano não pode ter uma reação daquelas, então não acho que preciso explicar mais. Agora já foi, não dá para voltar atrás, e precisamos encontrar formas melhores de policiar isso. Ao mesmo tempo, acho que isso não voltará a acontecer nos próximos 10 anos. Não dá para tentar ficar adivinhando as largadas.”

Enquanto isso, Bottas, que venceu a corrida, se diverte. “Achei engraçado que as pessoas começaram a duvidar mas, contando que a FIA considere que foi legal, para mim está tudo certo e estou muito feliz com a largada que tive na Áustria. É a melhor que eu já tive”, disse ao UOL Esporte.

“Não é sempre que eu aposto. É o mesmo em outros esportes, como em corridas de 100m - a diferença é que não temos um aviso antes. Por isso não vale a pena arriscar muito, até porque é uma longa corrida pela frente. Mas desta vez deu certo!”

Para Felipe Massa, tentar adivinhar quando as luzes vermelhas vão se apagar não é a melhor das estratégias.

“Se ele continuar fazendo a mesma coisa, a chance de ele ter azar e queimar a largada na próxima é enorme. Ele teve sorte e talvez os sensores ajudaram ele, mas o fato é que deu para ver o carro se movendo antes. Perguntei a ele o que tinha acontecido e ele disse que não tem a menor ideia”, revelou.

“Eu sabia dessa tolerância [de 0s2], mas é impossível você querer largar na hora exata e conseguir. Com o tempo de reação de qualquer ser humano, não é possível fazer o que ele fez.”

Massa lembrou de uma experiência que não acabou tão bem para ele no GP da França de 2002, época em que corrida na Sauber.

“Teve uma vez que eu queimei uma largada, ultrapassei umas quatro fileiras. O Rubinho disse para eu largar com a luz vermelha que dava. Foi exatamente o que eu fiz e claro que fui penalizado. E ele ficou parado no grid naquela corrida!”

Perguntado pelo UOL Esporte a tolerância que acabou inocentando Bottas, Perez disse que nunca soube disso, mas apontou que não pretende mudar a maneira de largar por conta disso, devido ao alto risco envolvido em tentar diminuir ao máximo o tempo de reação.

“Se você tenta ser esperto demais, a punição é maior do que acertar o tempo de reação da largada. Na verdade, o mais importante é acertar a fase inicial [relacionada à configuração correta da embreagem, que é manual na F-1, e à maneira como piloto a solta] do que a reação”, ponderou.

“Honestamente, eu não sabia que podíamos mover um pouco o carro. Mas, ainda assim, acertar isso é um grande desafio. Isso não vai mudar minha abordagem. Mas espero que todos os outros tentem fazer o que Valtteri fez e queimem a largada!”, brincou o mexicano.

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