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Pilotos pediram menos punições nas corridas. E agora querem mais limites

Max Verstappen e Daniel Ricciardo durante a primeira volta do GP da Hungria - Andrej Isakovic/AFP
Max Verstappen e Daniel Ricciardo durante a primeira volta do GP da Hungria Imagem: Andrej Isakovic/AFP

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Londres (ING)

03/08/2017 04h00

As últimas provas da Fórmula 1 têm ficado marcadas pelos toques dentro da pista e as trocas de farpas fora delas. Desde o GP do Azerbaijão, há pouco mais de um mês, foram vários os desentendimentos: entre Lewis Hamilton e Sebastian Vettel, com um acusando o outro de ter provocado o choque de Baku; entre os companheiros de Force India Sergio Perez e Esteban Ocon, entre os finlandeses Kimi Raikkonen e Valtteri Bottas e, mais recentemente, dentro da Red Bull, com Daniel Ricciardo reclamando de Max Verstappen e com a bronca pública de Nico Hulkenberg em Kevin Magnussen.

Muitos desses problemas estão diretamente ligados ao relaxamento das punições, algo que foi pedido pelos pilotos ano passado e está em vigor desde o início da temporada. Os comissários passaram a fazer menos investigações e, de fato, o número de punições caiu: nas 11 primeiras etapas de 2017, foram 21 penas por infrações de pilotagem (excluindo as técnicas, como trocas de componentes de motor ou câmbio). Ano passado, foram 31 no mesmo período.

Tanto, que agora a reclamação tomou outra linha: ainda que aprovem o fato do número de punições e investigações ter caído, os pilotos pedem esclarecimentos sobre qual o limite.

“Nós sempre falamos sobre isso e, no passado, eu estive envolvido em vários desses acidentes. Sempre temos pontos de vista diferentes e é difícil julgar o que aconteceu na hora, sem ver as imagens da TV. Mas são disputas de corrida: é mais complicado porque todos estão próximos e você perde pressão aerodinâmica por conta disso e ao mesmo tempo está tentando ganhar posições. Às vezes dá certo, às vezes não”, explicou o francês Romain Grosjean ao UOL Esporte.

“As regras mudaram um pouco nesse ano e acho que precisamos esclarecer melhor. Veja a briga de Verstappen e Vettel no GP da Inglaterra: podemos ir para fora dos limites de pista? Se pudermos, ótimo, todos vamos fazer como eles fizeram quando disputarmos. Ou devemos sempre nos manter dentro da pista. Só queria que ficasse mais claro exatamente o que podemos fazer.”

Para Felipe Massa, o principal problema é a primeira volta, também citada por Grosjean como o momento mais delicado. Para o brasileiro, são sempre os mesmos que vêm causando acidentes por arriscarem demais.

“Muita coisa tem acontecido na primeira volta e com a maioria dos pilotos que têm menos experiência”, afirmou o piloto da Williams ao UOL Esporte. “Há pilotos sempre se comportando de uma maneira imprevisível”.

Perguntado se era uma reclamação recorrente nas reuniões entre os pilotos, que são feitas sempre nas sexta-feiras de GP a portas fechadas, Massa confirmou que sim. “Há alguns reclamando e são sempre os mesmos que estão sendo avisados corrida após corrida e continuam fazendo a mesma coisa”, afirmou, sem citar nomes.

“Acho que a Fórmula 1 deveria prestar mais atenção e isso e talvez dar um pouquinho mais de pontuação na carteira para essas coisas que vêm acontecendo praticamente em todas as corridas, especialmente nas primeiras voltas.”

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