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Red Bull era a aposta para incomodar Mercedes. E virou a maior decepção

Max Verstappen e Daniel Ricciardo durante a primeira volta do GP da Hungria - Andrej Isakovic/AFP
Max Verstappen e Daniel Ricciardo durante a primeira volta do GP da Hungria Imagem: Andrej Isakovic/AFP

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Londres (ING)

10/08/2017 05h22

Quando foram anunciadas as novas regras para a temporada de 2017 da Fórmula 1, a Red Bull automaticamente foi alçada à condição de principal ameaça ao domínio que a Mercedes vinha imprimindo na categoria até então. Afinal, com o aumento da pressão aerodinâmica, o chassi voltaria a ter mais importância em detrimento do motor, que vinha sendo o ponto fraco do time de Daniel Ricciardo e Max Verstappen.

Porém, essa teoria deixava de levar em conta algo fundamental das novas regras: o carro também ofereceria mais resistência ao ar, portanto, o motor continuaria sendo fundamental nas retas. E, para completar, a Red Bull não fez o carro que se esperava.

Ainda sob a chefia de Adrian Newey, um dos projetistas mais famosos da história da F-1, mas que nos últimos anos vem focando menos nos projetos da categoria, Rob Marshall e Dan Fallows, o RB13 desde o início chamou a atenção pela simplicidade. Porém, deu muita dor de cabeça para os engenheiros.

O carro era difícil de ser acertado e o time precisou de alguns meses para entender como tirar o melhor do equipamento. Os resultados apareceram na pista: com quatro etapas disputadas, a Red Bull tinha menos da metade dos pontos dos líderes Mercedes e Ferrari.

verstappen - Mark Thompson/Getty Images - Mark Thompson/Getty Images
Verstappen teve cinco abandonos em 7 GPs
Imagem: Mark Thompson/Getty Images
A situação começou a melhorar a partir do grande pacote de novidades do GP da Espanha, etapa a partir da qual Ricciardo passou a ser figurinha fácil nos pódios - foram cinco seguidos entre Barcelona e Áustria, incluindo uma vitória no GP do Azerbaijão. Porém, do outro lado do box, Verstappen sofria com uma série de azares, abandonando cinco etapas em 7 GPs, sendo cinco por falha mecânica.

O período ruim do holandês parece ter ficado para trás - o piloto foi quarto na Inglaterra e quinto na Hungria - mas os problemas no carro, sempre ligados ou ao câmbio, ou ao motor Renault, ainda preocupam.

“Entendemos nossos problemas de correlação entre simulações e a pista. Entendemos em quais ferramentas podemos confiar e isso nos deu uma direção clara e, nas últimas etapas, em todas elas, progredimos”, disse o chefe Christian Horner.

Para Ricciardo, foi importante para a equipe ouvir mais os pilotos. “Acho que a consistência veio do retorno que eu e o Max [Verstappen] demos nas últimas corridas”, opinou Daniel Ricciardo, ouvido pelo UOL Esporte. “Então acredito que aquelas coisas que vínhamos dizendo provavelmente estão mais visíveis nos dados agora. Acho que a correlação entre os dados e o que vemos na pista está muito melhor e isso nos dá uma direção mais clara a seguir.”

Para a segunda metade do ano, fica a esperança dos bons indícios dados por outro extenso pacote de novidades, que estreou em Budapeste. Com ele, Ricciardo dominou a sexta-feira de treinos livres e Verstappen chegou muito próximo das Mercedes. A recuperação vem tarde demais para o campeonato - Ricciardo é o quarto, com 117 pontos, contra 202 do líder Vettel, mas a ideia é, especialmente nos circuitos em que o motor faz menos diferença, uma vez que o Renault ainda não é tão forte quanto o Mercedes ou o Ferrari, brigar por vitórias com os protagonistas da temporada.

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