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Mulher mais próxima da F-1, Calderón ainda precisa de adaptações no carro

Tatiana Calderon é a nova piloto de desenvolvimento da Sauber - Divulgação/Sauber
Tatiana Calderon é a nova piloto de desenvolvimento da Sauber Imagem: Divulgação/Sauber

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Londres (ING)

11/08/2017 05h07

Ela é a mulher mais próxima de correr na Fórmula 1 atualmente e é tida como a piloto mais veloz desde Simona de Silvestro a estar nesta posição. Mas ao mesmo tempo Tatiana Calderón tem um longo caminho a percorrer. Diferentemente de Silvestro, que chegou a andar com os pesados carros da F-Indy, competiu na F-E e hoje está no turismo, a colombiana, que é piloto de desenvolvimento da Sauber, ainda tem dificuldades físicas com o carro da GP3.

O equipamento tem velocidade máxima de 300km/h, motor V6 3.4l de 400 cavalos e recebe força G nas curvas de até 2.6. Bem diferente dos carros de F-1, que chegam perto de 1000cv e 380km/h, com forças laterais que podem superar 6G. E isso a piloto de pouco mais de 1,60m e 57kg ainda não consegue suportar, como explica seu companheiro na categoria de acesso, o brasileiro Bruno Baptista.

“Acho que ela é uma boa piloto - para mim, todos os pilotos que estão na GP3 hoje podem chegar na F-1, basta estar no lugar certo e na hora certa. A F-1 procura uma mulher e, para mim, ela é quem está mais próxima e, entre aquelas que estiveram por perto, ela é disparadamente a melhor. Mas ela precisa trabalhar muito ainda”, afirmou o piloto ao UOL Esporte.

“Ela tem muita dificuldade na GP3 fisicamente. O carro dela é totalmente diferente. O freio é mais mole, a direção é muito mais leve. Então ela precisa trabalhar porque, na F-1, que é um salto muito grande, não vão fazer essas mudanças para ela.”

As limitações físicas, contudo, não impediram Calderón de ser escolhida para o programa de desenvolvimento da Sauber, onde vem trabalhando no simulador e trocando informações com os engenheiros.

Para dar o passo seguinte, contudo, a colombiana de 24 anos reconhece a dificuldade. “Mas não acho que seja algo que me limita, simplesmente tenho de treinar mais. E também pode ser uma vantagem, porque é melhor desenhar um carro para mim, pois tenho 1,63m, do que para alguém de 1,80m. E sempre li que as mulheres lidam melhor com as forças G.”

Com esta mentalidade, Calderón tem como objetivo para a temporada estar fisicamente apta a testar pela primeira vez um Fórmula 1 na sessão coletiva que será realizada após o GP de Abu Dhabi, no início de dezembro.

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