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Massa alerta para falta de resultados de brasileiros nas categorias de base

O brasileiro Sergio Sette Camara chegou a fazer parte do programa da Red Bull em 2016 - Dutch Photo Agency/Red Bull Content Pool
O brasileiro Sergio Sette Camara chegou a fazer parte do programa da Red Bull em 2016 Imagem: Dutch Photo Agency/Red Bull Content Pool

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Londres (ING)

14/08/2017 04h00

Desde 1970, a Fórmula 1 não sabe o que é ter uma temporada sem pilotos brasileiros. Mas essa sequência pode estar chegando ao final. Com Felipe Massa já com 36 anos e chegando próximo do fim da carreira, e Felipe Nasr com dificuldades de voltar à categoria depois de ficar de fora do grid em 2017, o prognóstico para o futuro imediato não é dos melhores.

O piloto teoricamente mais próximo é Sergio Sette Camara, que está em sua primeira temporada de F-2 e ainda não pontuou, ocupando a 20ª colocação no campeonato. O mineiro de 19 anos chegou a estar bem posicionado quando foi contratado para o programa de desenvolvimento de pilotos da Red Bull, mas acabou sendo dispensado no final do ano passado.

Para Felipe Massa, sem o apoio de um programa como o da empresa austríaca, é difícil chegar à F-1. A não ser que o piloto tenha patrocinadores suficientemente fortes para investir pelo menos 10 a 15 milhões de dólares anuais.

“Os pilotos brasileiros não estão em nenhum programa de desenvolvimento por falta de mérito. A realidade é essa”, cravou Massa. “Existem equipes como Mercedes, Ferrari e Red Bull que vão atrás dos pilotos talentosos para entrar no programa. Acho que os pilotos que estão lá é por mérito próprio. Então é por isso que não tem brasileiro em nenhum programa. Não tem muito o que fazer. Infelizmente, a situação do Brasil hoje é muito ruim do lado competitivo.”

Massa citou como exemplos pilotos que ficaram com as vagas nos últimos anos, como os dois apoiados pela Mercedes, Pascal Wehrlein e Esteban Ocon, e a promessa Charles Leclerc, que deve estar na categoria ano que vem. Todos eles provaram na pista por que mereciam a chance.

“Por exemplo, o Leclerc fez seis poles positions consecutivas na F-2 e é aquele que mais está chamando a atenção no momento. E ele é piloto Ferrari. Para chegar na F-1 hoje, ou você tem o dinheiro, ou está em um programa como esses. E para isso depende do talento”, opinou.

“A Red Bull tem duas equipes para fazer isso e é quem mais tem tido sucesso em descobrir pilotos. A Mercedes tem dois jovens na F-1 e a Ferrari tem o Leclerc e o Giovinazzi [atualmente piloto de testes da Haas] - e acredito que pelo menos um deles estará no grid ano que vem. E todos eles tiveram bons resultados e mereceram estar nestes programas.”

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