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Fórmula 1

Kvyat tem segundo "rebaixamento" em 16 meses. Mas pode ter nova chance

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Sepang (MAL)

27/09/2017 04h00

Ele tem apenas 23 anos e menos de quatro temporadas na Fórmula 1, mas Daniil Kvyat já passou por situações pouco comuns na categoria. E, mesmo sendo substituído com seis etapas para o final do ano, pode ainda ter uma segunda chance de reerguer a carreira.

Kvyat estreou pela Toro Rosso em 2014 depois de ter sido campeão da GP3 no ano anterior. Promovido ao time principal da Red Bull em 2015, o russo chegou a obter alguns bons resultados, com um pódio em seu primeiro ano e outro justamente na penúltima corrida que faria pela equipe, o GP do Bahrein de 2016. Na prova seguinte, na Rússia, já informado que perderia o lugar para o bem menos experiente Max Verstappen a partir da etapa da Espanha, Kvyat causou um acidente com Sebastian Vettel na largada, ganhando o apelido de “torpedo” do alemão.

Após o “rebaixamento”, o russo não conseguiu recuperar a boa forma e pontuou em apenas cinco oportunidades desde então, sendo totalmente dominado pelo companheiro Carlos Sainz. Nesta temporada, inclusive, o espanhol, que está de malas prontas para a Renault ano que vem, marcou 48 pontos, enquanto Kvyat tem apenas quatro.

Além disso, o piloto passou a se envolver em uma série de incidentes, que resultaram em 10 pontos de punição nos últimos 12 meses, deixando-o a dois de se tornar o primeiro piloto a ser banido por um GP pela regra que estreou em 2014.

Os incidentes foram, inclusive, salientados pelo chefe da Toro Rosso, Franz Tost, quando o dirigente anunciou a saída temporária de seu piloto do time. “Por vários motivos, inclusive erros dele mesmo, Daniil não mostrou seu potencial ainda neste ano, e é por isso que estamos substituindo-o nas próximas corridas. Isso nos dará a oportunidade de avaliar Pierre na pista em um final de semana de corrida”, afirmou.

Futuro incerto
O anúncio da substituição de Kvyat por Pierre Gasly nas próximas etapas, contudo, diminui a chance de que Kvyat leve o gancho: o francês estará pelo menos nas corridas da Malásia, neste final de semana, e do Japão, mas Kvyat deve voltar ao cockpit da Toro Rosso no GP dos EUA, último em que ainda pode ser banido por um GP se alcançar os 12 pontos de punição. Isso porque a data da prova de Austin coincide com a final da temporada da Super Fórmula, campeonato disputado pelo francês neste ano. A Toro Rosso ainda não esclareceu como procederá nas três etapas restantes do campeonato.

Outra indefinição é em relação ao futuro de Kvyat, que pode continuar na Toro Rosso mesmo tendo sido substituído por falta de resultados durante a temporada. Afinal, a Red Bull não tem opções claras de substitutos a não ser Gasly, que deve ficar com a vaga de Sainz em 2017. Do lado da Honda, que passará a fornecer motores à Toro Rosso a partir do ano que vem, há a pressão para a contratação de um piloto japonês - e o principal candidato seria Nobuharu Matsushita, atualmente na F-2 - mas ele não precisa terminar pelo menos no top 3 da atual temporada para ter os pontos necessários para obter a superlicença da F-1, e é o sexto no campeonato.

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