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Ator que viverá Senna no teatro quer bênção de Xuxa e Galvão

Hugo Bonemer viverá Ayrton Senna em musical - Reprodução/Instagram
Hugo Bonemer viverá Ayrton Senna em musical Imagem: Reprodução/Instagram

Karla Torralba

Do UOL, em São Paulo

04/11/2017 04h00

Ayrton Senna ganhará vida no palco a partir do dia 10 de novembro. O ator Hugo Bonemer será o responsável por interpretar o maior astro do automobilismo brasileiro, morto em acidente durante o GP de Ímola há 23 anos. Para se transformar no piloto, Hugo viveu pertinho de pilotos, da família de Senna e ainda falta um detalhe importante para o artista: ele quer a bênção de personagens importantes na vida do ídolo – Galvão Bueno, Xuxa e Adriane Galisteu.

“Eu só quero ficar ali com a pessoa, é suficiente. É o que a pessoa quiser me contar. A vontade maior é conhecer e receber a bênção deles. Eu quero a bênção como tive da família do Senna. Eu quero a bênção deles: da Xuxa, do Galisteu, do Galvão. Se fossem fazer um musical sobre alguém muito querido meu, eu gostaria de ser perguntado. É um sinal de respeito falar com essas pessoas”, disse Hugo em entrevista ao UOL Esporte.

Hugo Bonemer é experiente em musicais, já tendo feito famosos títulos como "Hair", "Rock in Rio - o musical", e outros, além de ter vivência em novelas. O ator, que desperta curiosidade também por ser primo do jornalista Willian Bonner, ainda participou de "Malhação" e da novela "Alto Astral", ambas na Rede Globo.

Hugo Bonemer - Divulgação  - Divulgação
Hugo Bonemer ao lado de Cacá Bueno
Imagem: Divulgação
O ator tem tido uma rotina agitada de ensaios e aprendizado. São pelo menos nove horas diárias para viver Senna e encontros com pessoas representativas do mundo do automobilismo para saber mais do esporte. Hugo viu Cacá Bueno pilotar o carro a mais de 200 km/h, também se encontrou com Rubens Barrichello e, claro, encontrou a família do ídolo.

“Eu fico imaginando que especialmente pra família deve ser muito difícil passar os últimos 20 anos respondendo perguntas do falecimento de uma pessoa tão querida. A dor deles é maior ainda. Eu procurei ser muito respeitoso e tive muitos dedos pra não invadir a privacidade deles e ao mesmo tempo sanar dúvidas a respeito da pessoa. Além de conduzir a plateia outra função é humanizar e isso significa levar ele pra todos os lugares que puder levar. Transformar o texto no ser humano”, explicou.

Hugo Bonemer também ressaltou que em nenhum momento houve censura por parte da família quanto aos nomes de antigas namoradas de Senna como Xuxa e Adriane Galisteu. “Eles estão sendo respeitosos com a construção. Não existe interferência com relação à censura, pelo menos não na criação. Eu pedi pra falar com eles pela minha necessidade. Eu não sofri intervenção. A história é respeitosa. A parte afetiva não é tratada como polêmica”, contou.

As namoradas de Senna aparecerão na história, mas sem nomes específicos, assim como pilotos que conviviam com ele. O único retratado será Alain Prost, vivido por Ivan Vellame.

O musical fica em cartaz até fevereiro de 2018, no Teatro Riachuelo, no Rio de Janeiro. O espetáculo é dirigido por Renato Rocha e com roteiro e canções originais de Claudio Lins e Cristiano Gualda. Quem for assistir, verá um pouco mais daquele 1º de maio de 1994 quando Senna perdeu a vida.

“As pessoas terão a sensação de estar acompanhando uma corrida. Tem algo muito tecnológico que o cinema tem. Pra ter a sensação que o carro passa o tempo todo. Eles coletaram sons reais, muita coisa. Até pra pessoa leiga reconhecer o som da época de 1980 e 90. Então está sendo feito esse trabalho bonito com a parte música que transforma. A própria melodia é feita dessa forma. A primeira música é toda em cima do motor”, contou Hugo.
 

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