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Massa revela inspiração em Schumacher no adeus e não forçará filho na F-1

Mark Thompson/Getty Images
Imagem: Mark Thompson/Getty Images

Bruno Freitas

Do UOL, em São Paulo

08/11/2017 10h05

Está chegando ao fim a carreira de Felipe Massa na Fórmula 1. Depois de um ensaio de aposentadoria em 2016, o piloto deixará a categoria de vez neste ano, após as últimas duas provas da temporada – neste final de semana em São Paulo e no fim de novembro, em Abu

Massa anunciou a aposentadoria no final da temporada 2016, mas foi demovido da decisão da Williams, que precisava de um nome experiente para servir de modelo no desenvolvimento do jovem Lance Stroll, talento de apenas 18 anos. Assim, o brasileiro topou encarar as pistas de novo, tentando ser para o canadense o que o alemão Schumacher foi para Felipe no passado, na convivência dentro da Ferrari.

“Em 2003 eu era piloto de testes da Ferrari e pude conviver com o Schumacher e com o Rubinho Barrichello. Eu estava começando, era muito jovem. Ele (Schumacher) foi uma referência importante pra mim. Depois eu virei companheiro de equipe, foi um ano incrível para a minha carreira, de muito aprendizado. Eu evoluí muito. Hoje, tenho um lado ao contrário. O Lance tem 18 anos. Quando conheci ele, devia ter uns 7, 8 anos, a idade do meu filho”, comentou Massa em um evento nesta quarta-feira, em São Paulo.

“O Lance teve bastante dificuldade nas primeiras provas. Mas antes da corrida em que ele fez o primeiro ponto, conversei bastante com ele. Disse que se não tivesse calma para pensar no que devia fazer, as coisas não iriam dar certo”, acrescentou o veterano piloto da Williams.

 Sem forçar carreira do filho nas pistas

Se a história se repetir, o sobrenome Massa tem boas chances de retornar à Fórmula 1 no futuro através de Felipinho Massa. Pelo menos, foi assim que aconteceu com outras famílias importantes do automobilismo brasileiro, como Fittipaldi, Senna e Piquet. No entanto, o piloto da Williams afirma que tentará não influenciar a busca do filho por uma carreira nas pistas.

“Ele tem todo o exemplo para querer virar piloto. Está sempre numa pista, torcendo e analisando o pai. Mas é ele quem tem que decidir. Eu sempre quis, eu sempre pedi e forcei para o meu pai. Ele tem que fazer o mesmo, não o seu pai. Sem dúvida vou ajudar ele naquilo que ele quiser”, comentou Massa.

“E agora ele tem quase 8 anos, não pode mais faltar na aula. Vai nas corridas só quando pode”, emendou o piloto, sobre o filho.

Despedida no Brasil

Em 2016, Massa já havia experimentado o clima de despedida em uma prova da F-1 no Brasil. Quando disputou a etapa de São Paulo no ano passado, o piloto foi cercado de homenagens, aplaudido de pé por membros de equipes rivais quando andou de volta para os boxes após abandonar a prova. 

Mas a decisão da aposentadoria acabou revertida semana depois, quando Valtteri Bottas, à época seu companheiro de equipe, foi para a Mercedes na vaga de Nico Rosberg, que deixou as pistas. Massa então foi chamado de volta pela Williams, disputando a temporada deste ano – o brasileiro aparece atualmente na 11ª colocação do Mundial de Pilotos, com 36 pontos, quatro a menos que o companheiro de equipe, o estreante Lance Stroll.

Ao todo foram 16 anos na principal categoria do automobilismo internacional. O brasileiro Felipe Massa estreou na F-1 em 2002, pela Sauber, e teve sua melhor temporada na categoria em 2008, quando disputou o título mundial com Lewis Hamilton até a última volta do GP de encerramento, em Interlagos – mas acabou com o vice-campeonato.

No ano seguinte, em julho, Massa sofreu gravíssimo acidente ao ser atingido por uma mola que se soltou do carro de Rubens Barrichello durante o treino para o GP da Hungria – o então piloto da Ferrari só voltaria às pistas em 2010. 

Fora da Fórmula 1 a partir de 2018, Massa deve continuar competindo no automobilismo. Nesta quarta-feira, o brasileiro confirmou que analisa possibilidades em outras categorias e vê a Fórmula E como provável destino. No entanto, a ida à disputa de carros elétricos só deve acontecer no final de 2018 – a temporada começa em dezembro, quase colada com o encerramento da disputa na F-1.

“Devo continuar correndo em alguma categoria, não sei se vai ser logo de cara, preciso entender, ver uma categoria em que possa ser útil e importante, que possa me divertir ao mesmo tempo. E também ter um pouco mais de tempo para a minha família”, comentou.

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