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Fórmula 1

"É difícil saber se é bom". Massa e Cacá opinam sobre venda de Interlagos

Julianne Cerasoli e Luiza Oliveira

Do UOL, em São Paulo

11/11/2017 04h00

Agora que o Brasil ficará pela primeira vez desde 1969 sem um representante no grid, com a confirmação de que Felipe Massa faz suas últimas corridas na categoria em Interlagos, neste final de semana, e em Abu Dhabi, é o futuro do GP que entrou em pauta. Principalmente com a polêmica proposta do prefeito de São Paulo, João Dória, de privatizar o circuito.

O projeto foi aprovado em primeira votação na Câmara, mas o trâmite que está paralisado depois de uma decisão por liminar. Mas o prefeito deve continuar levando a cabo o que é uma de suas promessas de campanha.

Enquanto isso, o promotor Tamas Rohonyi e os diretores da área técnica, Ross Brown, e da área comercial, Sean Bratches da Liberty Media, que controlam a Fórmula 1, vêm tendo encontros neste final de semana em Interlagos para negociar o contrato para a realização da prova, que atualmente vai até o final de 2020.

“Tomara que a prova não saia de Interlagos, tomara que Interlagos fique por muitos anos na F-1, um país tão importante que é o Brasil para a categoria, com tantos pilotos que já fizeram parte da F-1, que já conseguiram vencer títulos. Então eu espero que continue sendo um fim de semana importante para a cidade de São Paulo e para o Brasil, e que a F-1 continue aqui por muitos anos", disse Felipe Massa ao UOL Esporte.

O piloto brasileiro, a princípio, é a favor da privatização, contanto que ela melhore a pista.

"Eu acho que é muito difícil responder se é bom. Se for um caminho, uma privatização boa para o autódromo, boa para eventos, boa para competições, que Interlagos continue sendo Interlagos, sim, por que não? Mas é difícil responder sem saber o que está acontecendo direito."

Esta, contudo, não é uma opinião unânime no paddock. Outro piloto acostumado a correr em Interlagos, com a Stock Car, Cacá Bueno defende que também é possível lucrar com o autódromo mesmo se a gestão continuar com o Estado.

“Eu sei muito pouco sobre o assunto no geral. Existem autódromos privados de sucesso e autódromos públicos de sucesso. Então eu não vou te falar que eu tenha muito a visão de ser contra ou a favor não”, opinou o piloto ao UOL Esporte.

“Eu acho que é um patrimônio público gigantesco. Eu acho que se vai funcionar bem na mão da iniciativa privada porque não funcionaria bem na mão pública? Faz parte da cidade de são Paulo. Eu sou do Rio e eu sei o quanto eu sofri com a destruição do autódromo do Rio de Janeiro. E é um parque porque faz evento, vende produto.. de ciclismo, de música, o Lollapalooza é aqui dentro, vários eventos de bicicleta são aqui dentro. Você tem uma praça esportiva que poderia transformar isso em um parque, escolas de mecânica, centros olímpicos para as escolas públicas e municipais daqui da região. Você poderia ter uma utilização pública muito bem feita. Esse é o problema, isso que não existe, então se empurra para um lado privado. Mas não acho que se virar privado vai ser o fim do autódromo. Eu também acho que não. Acho que vai ser aproveitado de uma outra maneira. Eu vejo funcionar no mundo das duas maneiras se bem administrado.”

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