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F-1 crê em emboscada contra mecânicos da Mercedes e vê policiamento fraco

Lewis Hamilton, da Mercedes, durante os treinos do GP do Brasil - Mark Thompson/Getty Images
Lewis Hamilton, da Mercedes, durante os treinos do GP do Brasil Imagem: Mark Thompson/Getty Images

Julianne Cerasoli e Luiza Oliveira

12/11/2017 04h00

O caso do assalto aos mecânicos da Mercedes, ocorrido na noite da sexta-feira, na Avenida Interlagos, causou grande preocupação dentro da Fórmula 1. Isso porque após uma depoimentos colhidos entre os membros das equipes, o episódio está sendo tratado como algo premeditado.

A direção da categoria contou com a ajuda de especialistas em segurança que os acompanham por toda a temporada e que passaram o sábado juntando informações que levaram à conclusão de que o assalto foi um incidente mais grave do que foi inicialmente divulgado.

O assalto à mão armada aconteceu por volta das 22h. Uma van com mecânicos da Mercedes foi cercada por dois carros e homens armados quando parou em um semáforo. Eles primeiramente renderam o motorista e depois entraram na van, roubando os pertences de todos os mecânicos. Duas horas antes, o carro da própria Federação Internacional de Automobilismo havia sido atacado no mesmo local também por homens armados. Porém, como o veículo era blindado, eles conseguiram escapar.

Uma fonte ligada ao comando da FOM, que controla a parte administrativa da F-1, insistiu que a categoria sente falta de uma ação preventiva mais forte da Polícia Militar, uma vez que assaltos do tipo são comuns exatamente neste ponto da Avenida Interlagos após a maior parte do policiamento deixar a região. Desta maneira, as pessoas que trabalham no evento ficam expostas. “Médico bom é aquele que previne”, disse.

No entanto, a maneira organizada como o assalto ao carro da Mercedes foi realizada chamou a atenção. As regras da categoria preveem um toque de recolher para os mecânicos, que não podem trabalhar além das 22h. Após o ocorrido, a Polícia Militar prometeu não apenas aumentar o efetivo, algo que foi visível neste sábado, como também ampliar o horário de operação, com atenção especial a este horário. Na noite deste sábado, por volta de 22 h, era possível observar muitas viaturas nos semáforos com policiais armados até com metralhadoras.

Comparação com México
A FOM também compara a situação de São Paulo com outro país em que medidas especiais são adotadas por algumas equipes, o México. “Mas lá a sensação é muito diferente. A 3 ou 4km do circuito você já percebe que está chegando perto porque o policiamento é muito forte. E em três anos correndo lá não tivemos nenhum problema.”

A reportagem do UOL Esporte acompanhou as três edições do GP do México e pôde comprovar o grande efetivo policial no local, com uma espécie de cordão humano percorrendo todo o entorno do circuito. Lá, os profissionais da F-1 costumam, inclusive, usar o transporte público para ir à pista e não foram relatados problemas.

O GP do Brasil tem largada às 14h e contará com Valtteri Bottas na pole position. Em seu último GP do Brasil, Felipe Massa sai em nono.
 

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