Topo

Fórmula 1

Após queda nas ultrapassagens, Pirelli lança pneu que pode nunca ir à pista

Julianne Cerasoli

Do UOL, em São Paulo

07/12/2017 10h06

Quando a Pirelli divulgou as novas cores do que chamou de “arco-íris” de pneus para 2018, um composto chamou a atenção: o superduro, de cor laranja. Afinal, como as provas deste ano tiveram pouca degradação e menos paradas nos boxes do que o esperado, acreditava-se que o fornecedor não precisaria de um pneu ainda mais resistente que os já existentes. Até porque isso foi importante para uma queda de cerca de 50% no número de ultrapassagens, segundo números divulgados recentemente pela própria marca.

Porém, a ideia da Pirelli é sequer usar o novo composto, como explicou Mario Isola, chefe de competições da marca, ao UOL Esporte.

“O superduro, no momento, é apenas um pneu reserva para nós. Isso porque, homologando o pneu agora, não somos obrigados a usá-lo. Por outro lado, se quiséssemos introduzir um novo composto durante o ano, precisaríamos que todas as equipes concordassem - e sabemos o quanto isso é difícil de conseguir. Então preferimos ter um composto reserva.”

O cuidado da Pirelli é justificado: todos os sete compostos que estarão disponíveis ano que vem serão mais macios e devem se degradar mais que seus antecessores. Por exemplo, o pneu médio deste ano, que foi pouco utilizado por não ser tão veloz, será equivalente ao duro do ano que vem. Além disso, a Pirelli vai estrear um novo composto, o mais macio de todos, chamado de hipermacio depois de votação popular.

A ideia é fazer com que as corridas tenham pelo menos duas paradas nos boxes e que seja possível adotar estratégias velozes usando os três compostos disponíveis em cada corrida. Neste ano, na grande maioria das vezes, o composto mais duro disponível sequer foi usado nas provas pelas equipes, engessando as táticas.

Por outro lado, como não se pode prever com precisão a evolução dos carros ao longo do ano, é possível que os pneus se desgastem em demasia, obrigando a fornecedora a usar seus compostos mais duros. E por isso homologar o superduro se tornou uma opção.

“Se, por exemplo, o ritmo de desenvolvimento é muito alto ao longo do ano e os carros se tornarem muito mais velozes do que nós esperávamos, teremos um pneu para dar um passo atrás. Agora, se todas as nossas simulações se mostraram corretas, vamos manter nossos pneus entre o duro e o hipermacio. Nosso plano é esse.”

Os pilotos tiveram seu primeiro contato com o novo composto hipermacio nos testes realizados em Abu Dhabi na semana passada. E o composto foi aprovado: “É o melhor pneu que a Pirelli já fez”, sentenciou Lewis Hamilton. Agora, os pilotos só voltam à pista no final de fevereiro, já com os carros de 2018, nos primeiros testes coletivos da pré-temporada.

Fórmula 1