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Nova proteção no cockpit pode dificultar a vida dos pilotos grandes na F-1

Sebastian Vettel testa halo na Ferrari em abril de 2016 - Eric Alonso/AFP Photo
Sebastian Vettel testa halo na Ferrari em abril de 2016 Imagem: Eric Alonso/AFP Photo

Julianne Cerasoli

Do UOL, em São Paulo

21/12/2017 10h51

Uma das maiores dores de cabeça para as equipes no projeto dos carros para a próxima temporada é encaixar o halo, proteção de cockpit obrigatória a partir do ano que vem. A peça, que tem forma de dois arcos e é encaixada no chassi, é padronizada, mas as equipes terão uma pequena área para trabalharem a parte aerodinâmica como desejarem.

Mas não é apenas por desviar o fluxo de ar que a peça preocupa os engenheiros. Especialmente aqueles que têm em suas equipes pilotos mais altos e pesados: projetado para suportar choques de grande intensidade, o halo é pesado, comprometendo não apenas o peso total do carro, como também sua distribuição.

O peso é provavelmente o maior impacto, ainda que as pessoas não estejam falando tanto disso”, revelou o diretor técnico da Williams, Paddy Lowe. “É um equipamento muito pesado porque não é só a peça em si, mas também a estrutura que temos de colocar para suportar as cargas. Em termos de performance, o peso será um problema mais significativo que o impacto aerodinâmico, que é insignificante.”

Por conta disso, existe a possibilidade dos pilotos mais altos e pesados serem os mais prejudicados. Já prevendo o aumento do peso total do carro com a implementação do halo, as regras para 2018 contam com um aumento de 6kg no peso mínimo, que soma o carro e o piloto. Porém, Lowe alerta que isso não é suficiente para acomodar todo o peso extra do novo equipamento.

“Eles aumentaram o peso mínimo, mas não o suficiente para abater o impacto do halo, então acho que é por isso que será um desafio para as equipes.”

Andar com o carro no peso mínimo ou até ligeiramente abaixo dele, podendo jogar com lastros em posições estratégicas, é um grande desafio para as equipes. Na temporada 2017, até mesmo a Mercedes sofreu com este problema. O impacto varia dependendo do circuito, mas em uma pista como o Circuito da Catalunha, cada 10kg a mais significam o aumento de 0s3 por volta.

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