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Como Valentino Rossi esteve perto da F-1 e surpreendeu até Schumacher

Valentino Rossi durante teste com a Ferrari em 2009 - Ferrari/Divulgação
Valentino Rossi durante teste com a Ferrari em 2009 Imagem: Ferrari/Divulgação

Julianne Cerasoli

Do UOL, em São Paulo

25/01/2018 04h00

O namoro do sete vezes campeão da MotoGP Valentino Rossi com a Ferrari foi sério, quase levou o italiano à F-1, e suas performances com o carro italiano deixaram até mesmo Michael Schumacher impressionado. As revelações foram feitas quase 10 anos depois do último teste de Rossi com um F-1 por Luigi Mazzola, engenheiro que na época supervisionava as práticas na pista de Fiorano, na Itália.

“Aquilo foi muito bonito e dava para ver o potencial que ele poderia chegar a ter. Mas, sinceramente, ele não teve coragem para deixar as motos porque sabia que ainda lhe restavam alguns bons anos pela frente, além de ser muito arriscado”, opinou o engenheiro.

“Não me lembro exatamente de quantos testes fizemos com Valentino Rossi na Ferrari, mas certamente foram, ao menos, sete. No primeiro, Valentino entrou na pista e deu uma dezena de voltas. No final, estava fazendo tempos incríveis e lembro que Michael Schumacher, que estava comigo na telemetria, tinha um olhar atônito, estava quase incrédulo.

O primeiro teste foi em 2004, e foi tratado de maneira tão secreta na Ferrari que Rossi inclusive andou com o capacete de Schumacher para não levantar suspeitas. De lá em diante, foram vários testes e o pai do piloto, Graziano Rossi, revelou que houve conversas sérias para que Vale migrasse para a F-1. Mas sua maior chance de chegar a correr pela Ferrari foi quando a equipe de Maranello teve de encontrar às pressas um substituto para Felipe Massa, após o acidente do brasileiro no GP da Hungria.

Valentino Rossi Ferrari - Jose Jordan/AFP - Jose Jordan/AFP
Imagem: Jose Jordan/AFP
Primeiro, comentou-se sobre uma possível volta do próprio Schumacher, que se aposentara no final de 2006, mas o alemão tinha sofrido um forte acidente de moto meses antes e negou a volta. Marc Gené foi outro dos cotados, mas o escolhido acabou sendo Luca Badoer, que teve desempenho pífio no GP da Bélgica e logo foi substituído por Giancarlo Fisichella.

Para Rossi, aquela poderia ter sido uma oportunidade de ouro, pois ele tinha 50 pontos de vantagem no campeonato na MotoGP e era o virtual campeão da temporada.

“Valentino esteve muito próximo de pilotar na F-1”, reconheceu seu pai. “Isso porque a única coisa que dá para comparar com a MotoGP é a F-1 e competir em outras categorias seria dar um passo atrás. Ele recusou uma mudança porque seu amor pela MotoGP era grande demais.”

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