5 perguntas a serem respondidas a partir do início da pré-temporada da F1
Compare com o futebol, e os testes coletivos de Fórmula 1 que antecedem o início do campeonato têm o mesmo peso de uma pré-temporada. Servem para desenferrujar o corpo, recuperar o ritmo. Enquanto o treinador escolherá a escalação titular e trabalhará por entrosamento dos jogadores, equipes colocarão as novas máquinas na pista para afinar a sintonia entre carro e piloto, detectar defeitos ou aperfeiçoar virtudes.
Por isso, os resultados das sessões coletivas de pré-temporada da categoria, que começam nesta segunda-feira (26) e se estenderão até quinta (1º), em Barcelona, ainda serão prematuros para falar em favoritismo ao título, assim como os amistosos e o início dos Estaduais ainda escondem muito do que o time do coração, ou o rival, reserva para o ano.
Mas, por outro lado, os testes ajudam a traçar certos cenários que darão corpo à temporada de 2018 da Fórmula 1, com início em 25 de março, em Melbourne, na Austrália. A cidade catalã ainda será palco de outra sessão coletiva, entre 6 e 9 do mês que vem.
Uma temporada que já será histórica, pois será a primeira com dois tetracampeões mundiais em atividade (Lewis Hamilton e Sebastian Vettel), mas decepcionante para o lado verde e amarelo da pista, já que o Brasil não terá um representante no grid, o que não acontecia desde 1970.
Confira cinco perguntas relativas à próxima temporada da Fórmula 1 que começarão a ser respondidas a partir dos testes coletivos em Barcelona:
1 - Como será a adaptação ao halo?
Bonito ele não é, mas o novo dispositivo de segurança da Fórmula 1, obrigatório a partir deste ano, levanta muitas dúvidas não pela eficiência na proteção em caso de acidentes, mas sobre um possível efeito prejudicial à visão dos pilotos no cockpit, já que nada mais é do que uma "gaiola" acima e nas laterais do capacete. Em um primeiro momento, a opinião geral foi de rejeição, principalmente estética e por afetar no peso do conjunto. As equipes reclamaram com a FIA por terem pouco tempo para se adaptarem à nova realidade. O halo pesa cerca de 14 quilos, o que deixa os carros menos leves em um esporte em que cada milésimo de segundo faz a diferença.
"Eu vou tentar evitar o desejo negativo, mas os carros ficam cada vez mais pesados. Isso, obviamente, afeta as zonas de frenagem, e existem vários desafios nisso”, disse o britânico Lewis Hamilton, da Mercedes, atual campeão da Fórmula.
2 - Alguém desbancará a Mercedes em 2018?
Como ressaltado no início deste texto, os testes coletivos não apontam favoritos, mas indicam caminhos. Em 2017, a Ferrari até deu calor, mas perdeu rendimento na segunda metade da temporada e não foi párea para Mercedes e Hamilton. Os alemães são os atuais tetracampeões entre os construtores, mas existe uma impressão geral de forças mais equiparadas em 2018, já que o regulamento técnico da Fórmula 1, apesar da introdução do halo, não sofreu mudanças radicais.
Além da própria Ferrari, sempre favorita, a Red Bull mostrou evolução nas últimas corridas do ano passado. A chegada do motor Renault à McLaren também é cercada de expectativas. Quarta colocada entre as escuderias na temporada passada, a Force India mantém o discurso de surpreender as favoritas. A Renault, elogiada recentemente pela Mercedes, também corre por fora.
3 - A McLaren voltará a ser competitiva após trocar a Honda pela Renault?
É o que espera Fernando Alonso, que condicionou a renovação de contrato com a escuderia à saída da montadora japonesa, cujo motor deixou o espanhol várias vezes na mão nas últimas três temporadas. A formação de um conjunto confiável entre o novo modelo da McLaren e o equipamento da Renault não só coloca os britânicos no jogo pelo título como também reavivará o brilho nos olhos de Alonso, um piloto que transpira competitividade.
Em 2017, as desilusões com a McLaren fizeram Alonso abrir mão do GP de Mônaco para estrear nas 500 Milhas de Indianápolis. Neste ano, o espanhol já correu as 500 Milhas de Daytona e fará o mesmo em Le Mans e em outras etapas do Mundial de Endurance. Ajudá-lo a vencer corridas na Fórmula 1 pode fazer o espanhol recuperar foco e interesse na categoria na qual é bicampeão mundial.
4 - Até onde pode chegar a dupla de pilotos "pagantes" da Williams?
Lance Stroll e Sergey Sirotkin estarão no olho do furacão. O suporte de patrocinadores fortes foi decisivo para que o canadense e o russo fossem confirmados como titulares da Williams em 2018. O rótulo de piloto pagante é inevitável, mas só será desconsiderado se a dupla mostrar na pista que não são apenas garotos com gordas contas bancárias. Embora precise de dinheiro para tocar os negócios, a Williams deixou em "stand by" uma sombra e tanto para os seus titulares: o polonês Robert Kubica, contratado como piloto reserva e com prestígio suficiente para tomar a vaga de um deles ao primeiro vacilo, embora não compita na Fórmula 1 desde 2010 e tenha ficado com sequelas físicas de um grave acidente em uma corrida de rali, no ano seguinte.
5 - Como a temporada de 2018 afetará o mercado de pilotos para 2019?
Nomes de ponta iniciarão esta temporada com contratos que expiram em dezembro. Lewis Hamilton, por exemplo, parecia próximo de um acordo para seguir na Mercedes, mas a renovação de vínculo já virou novela. Sebastian Vettel, Kimi Raikkonen, Fernando Alonso, Daniel Ricciardo... Todos esses têm contratos válidos até o fim deste ano. E, como se sabe, o sucesso ou o fracasso no campeonato influencia diretamente nos planos de carreira de um competidor de ponta. O cenário atual, por exemplo, abre espaço para trocas de cockpit bombásticas. Vettel na Mercedes e Hamilton na Ferrari, já pensou? As primeiras voltas da pré-temporada podem ajudar a definir a situação de cada um desses astros nos próximos anos.
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