Pit stops rápidos demais viram problema sério na F-1. Entenda
1, 2, 3. Um pit stop de três segundos pode parecer pouco, mas já é considerado ruim na Fórmula 1. Por outro lado, a sequência de incidentes em que pilotos são liberados sem que a parada tenha sido concluída causa preocupação e está fazendo a Federação Internacional de Automobilismo estudar os procedimentos dos times.
Tanto nos testes, quanto nas três primeiras etapas do ano, houve problemas com trocas de pneus. O caso mais grave foi no GP do Bahrein. A Ferrari explicou que um sensor falhou durante o pit stop de Kimi Raikkonen, o que fez com que o sinal verde fosse emitido mesmo que a roda sequer tivesse sido retirada pelos mecânicos. Na ocasião, Francesco Cigarini acabou sendo atingido pelo finlandês, que acelerou assim que viu a luz verde, e sofreu fraturas na perna, tendo de passar por cirurgia.
“Temos um procedimento para assegurar que os pit stops sejam feitos da maneira mais segura possível”, explicou o chefe da Ferrari, Maurizio Arrivabene. “Nesse caso, foram três fatores: um envolve o controle humano, o outro é mecânico, e o terceiro é um sensor eletrônico.”
Enquanto os mecânicos tentavam tirar o pneu traseiro esquerdo, o sistema ferrarista entendeu que o pneu já tinha sido trocado e emitiu a luz verde erroneamente.
“O que aconteceu foi que tivemos uma roda que custou a sair e isso não foi lido perfeitamente pelo sensor eletrônico e ele emitiu a luz verde. Revimos todo o processo com a FIA para nos certificarmos de que isso não aconteça novamente.”
Pit stop é cada vez menos humano
No passado, as equipes usavam mecânicos que seguravam placas - chamadas pirulito devido ao formato - para informarem os pilotos que os pit stops tinham sido concluídos (e isso depois de visualizar todos os mecânicos levantando as mãos em sinalização de que a troca fora feita em cada um dos quatro pneus). Porém, há cerca de 10 anos, esse processo foi substituído por algo mais automatizado.
Atualmente, sensores colocados nas pistolas “decidem” se o pit stop acabou: uma luz verde é programada para aparecer assim que o mecânico coloca a porca para prender o novo pneu e, quando as quatro pistolas acusam o sinal verde, o piloto o vê em uma espécie de semáforo que fica a sua frente. E acelera. Só assim é possível fazer pitstops na casa de 2s50, como o executado pela Mercedes no carro de Lewis Hamilton no GP do Bahrein.
“Não temos tempo de checar nossos espelhos”, defendeu Valtteri Bottas. “Do nosso lado, não há muito o que possamos fazer. Quando vemos a luz verde, aceleramos.”
A FIA, contudo, está de olho na sequência de problemas. Enquanto, no caso da Ferrari, a pistola acusou a luz verde antes do pneu sequer ter sido trocado, na McLaren e na Haas houve problemas diferentes, mas que fizeram com que o carro fosse liberado sem que a roda estivesse presa.
“Cada vez as coisas não parecem ser uma coincidência, mas pelo menos em Melbourne os dois incidentes foram por um erro de operação da pistola. O pino enroscou e eles perceberam um pouco tarde que estava um pouco solto. Na Ferrari, a roda sequer tinha sido retirada, o que causa um pouco de perplexidade”, reconheceu o diretor de provas da F-1, Charlie Whiting.
“Alonso perdeu uma roda durante os testes e revisamos todos os detalhes com a McLaren. Levamos isso para o grupo de análises técnicas e fizemos todos entenderem que essas coisas podem acontecer, e todo mundo tem de tentar aprender com esses erros.”
A Ferrari recebeu uma multa dura, de 50 mil euros, dez vezes mais do que geralmente é aplicado neste tipo de caso. Tanto a Haas, na Austrália, quanto a McLaren, na China, tiveram que pagar 5 mil euros por cada infração.
O problema das rodas soltas é particularmente preocupante na F-1, uma vez que a maior possibilidade de um acidente grave na categoria é quando um piloto é atingido por algum objeto em alta velocidade na cabeça.
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