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Com carros "novos" e pneus agressivos, Espanha deve ter GP diferente

Kimi Raikkonen, da Ferrari, no Circuito da Catalunha, na Espanha - Mark Thompson/Getty Images
Kimi Raikkonen, da Ferrari, no Circuito da Catalunha, na Espanha Imagem: Mark Thompson/Getty Images

Julianne Cerasoli

Do UOL, em São Paulo

10/05/2018 04h00

Casa dos testes da pré-temporada, o circuito da Catalunha costuma ser palco de corridas mornas, tanto pelas características da pista, quanto pelo fato das equipes a conhecerem muito bem. Mas, depois de um começo de temporada muito disputado, com três vencedores de três equipes diferentes nas quatro primeiras provas, a expectativa para a prova deste ano é diferente.

Ferrari, Mercedes e, em menor medida, a Red Bull demonstraram nas primeiras corridas um equilíbrio de forças, fazendo com que as novidades que tradicionalmente são trazidas pelas equipes a Barcelona sejam mais importantes do que o normal.

É justamente pelas equipes poderem fazer a comparação direta na pista onde é feita a pré-temporada que os engenheiros se esforçam para aprontar extensos pacotes de mudanças na quinta etapa do campeonato. Além disso, existe a questão logística, por ser a primeira prova disputada na Europa, e também as características da pista, que testa tanto o carro em curvas de alta velocidade, quanto em um trecho final mais travado.

As equipes que mais devem trazer novidades são Williams, que está na lanterna do campeonato e com muitos problemas especialmente na traseira, Force India, que começou o ano com o projeto atrasado, e a McLaren, que ainda tem uma desvantagem considerável para os ponteiros mesmo estando em quarto lugar entre os construtores.

“Temos um novo pacote aerodinâmico chegando, mas acho que 95% do paddock também vai ter”, avaliou Fernando Alonso. “Então talvez a diferença para os primeiros continue a mesma. Acho que nós temos de fazer o pacote funcionar e torcer para que os outros não consigam isso. Essa é nossa esperança.”

Pneus agressivos
Mas o principal fator que aponta para um GP da Espanha diferente é a escolha da Pirelli. A fornecedora vai levar os compostos supermacios, macios e médios. Isso significa, na prática, que eles serão dois degraus mais macios que ano passado, o que teoricamente gera mais desgaste e abre as opções de estratégia.

Isso foi possível porque o Circuito da Catalunha ganhou um asfalto completamente novo, bem mais liso que o anterior. Por outro lado, ele é bem mais escuro, absorvendo mais calor. Além disso, a pista tem curvas que colocam muita energia e desgastam os pneus por serem rápidas e longas.

“As equipes já têm algum conhecimento do novo asfalto por conta da pré-temporada, mas o clima está muito quente, os carros consideravelmente mais velozes e o asfalto também estará um pouco mais velho”, lembrou o chefe de competições da Pirelli, Mario Isola. “Fomos muito agressivos na escolha dos compostos, então esperamos uma corrida diferente dos anos anteriores.”

Corrida importante para Verstappen
O holandês de 20 anos volta ao palco de sua estreia na Red Bull e primeira vitória na F-1 dois anos depois bastante pressionado depois de se envolver em uma série de acidentes nas etapas iniciais do ano, tendo conquistado apenas um quinto e um sexto lugares. Enquanto isso, seu companheiro de Red Bull, Daniel Ricciardo, tem mais que o dobro de pontos e já venceu neste ano.

Os dois se envolveram em uma controversa batida na última corrida, no Azerbaijão, causando um abandono duplo da Red Bull. Desde então, Verstappen vem sendo questionado: o tricampeão Niki Lauda questionou sua inteligência, enquanto o ex-piloto John Watson disse que a equipe “criou um monstro” ao constantemente proteger o holandês. Até seu pai e mentor, o também ex-piloto Jos Verstappen, disse que o filho precisa “pensar mais” antes das manobras.

Mesmo após a batida, a Red Bull indicou que seguirá deixando os pilotos livres para disputarem posições.

Líder do campeonato, Lewis Hamilton também foi o vencedor do GP da Espanha do ano passado. Mas neste ano sua Mercedes tem tido rendimentos inconstantes justamente pela má interação com os pneus mais macios. O inglês tem quatro pontos de vantagem para Sebastian Vettel, da Ferrari, vencedor de duas das quatro primeiras corridas.

Confira os horários do GP da Espanha (horário de Brasília)
Sexta, 11 de maio
Treino livre 1: 6h
Treino livre 2: 10h
Sábado, 12 de maio
Treino livre 3: 7h
Classificação: 10h
Domingo, 13 de maio
Corrida: 10h10

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