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Serviço de TV online da F1 trava na estreia e revolta fãs pelo mundo

Hamilton sustentou a ponta na largada do GP da Espanha, em Barcelona - AP Photo/Manu Fernandez
Hamilton sustentou a ponta na largada do GP da Espanha, em Barcelona Imagem: AP Photo/Manu Fernandez

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Londres (ING)

15/05/2018 11h54

Desde que o grupo norte-americano Liberty Media comprou os direitos comerciais da Fórmula 1 das mãos de Bernie Ecclestone, no início do ano passado, sua grande bandeira é a expansão da categoria na internet, após anos de resistência do octogenário inglês em abrir as portas do esporte nas redes. Mas a estreia de um serviço de transmissão online das corridas, que ainda não é disponibilizado no Brasil por conta do contrato de exclusividade da TV Globo, está dando muito mais dor de cabeça que era imaginado.

O serviço, chamado F1 TV Pro, que contaria com transmissão ao vivo das corridas, além de disponibilização de conteúdo especial, como a possibilidade de selecionar câmeras e tipos de áudio, além de provas antigas, deveria ter estreado junto com a temporada, em março. Porém, sua primeira corrida foi a quinta etapa do campeonato, o GP da Espanha, no último final de semana. E as coisas não poderam ter saído pior.

Durante a prova, as redes sociais estavam recheadas de reclamações por conta de falhas de conexão e do fato de nem todo o conteúdo prometido estar disponível, no aplicativo que tem assinatura anual de 90 dólares (cerca de R$ 330,00) nos Estados Unidos, por exemplo. O preço varia de acordo com a área.

Os comentários falam em falhas “inaceitáveis” e “patéticas”, com quedas constantes do sinal e do áudio. O jornalista canadense Brad Spurgeon, que trabalhou na F-1 por mais de 20 anos e hoje é aposentado, concluiu que “o primeiro dia da F1 TV é uma falha completa. É a primeira vez na minha vida que paguei por algo do tipo para ter, essencialmente, uma versão beta.”

A reação negativa fez com que, horas depois da corrida, a FOM, que administra a parte comercial da F-1, comunicou a seus clientes que eles terão um desconto equivalente a duas semanas em sua assinatura. “Sentimos muito por termos sofrido alguns problemas técnicos. Sabemos que isso impactou os assinantes e enquanto estamos tentando consertar esses problemas, vamos entrar em contato via email para oferecer uma compensação parcial”, disse comunicado no site oficial da F1.

Mesmo antes da estreia, o próprio chefe da F-1, Chase Carey, tinha admitido que o F1 TV é um “trabalho que está em andamento”. Ainda em fevereiro, durante os testes de pré-temporada, o chefe digital, Frank Arthofer, foi ouvido pelo UOL Esporte e revelou que sua equipe trabalhava “para fazer em seis meses o trabalho que seria de um ano”. Naquela época, era esperado que o serviço de streaming estreasse antes do GP da Austrália.

O F1 TV é o carro-chefe das novidades que a Liberty Media está implantando em termos de transmissão, abrindo um mercado que era focado somente em contratos milionários de direitos televisivos na era Ecclestone. O objetivo é que  5 milhões de pessoas utilizem o serviço no mundo.

“Estimamos que temos 500 milhões de fãs, então em uma conta bem conservadora podemos pensar que 1% compariam o serviço”, disse Arthofer. No Brasil, a Globo negocia a disponibilização do recurso, assim como a possível extensão de seu atual contrato, que vai até 2020.

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