Saindo de último em Mônaco, Verstappen admite erro e leva bronca de chefe
Pareceu um replay de dois anos atrás: Max Verstappen julgou mal a entrada da segunda perna dos esses da Piscina em Mônaco, tocou a barreira da parte de dentro, quebrou a suspensão, e foi parar no muro. O acidente de 2016 foi ainda na primeira parte da classificação. Desta vez, a batida foi no último treino livre antes da classificação e o deixou fora da decisão do grid de largada. E, assim como há dois anos, a outra Red Bull, de Daniel Ricciardo, que fez a pole.
Ouvido pelo UOL Esporte, Verstappen explicou que a Renault de Carlos Sainz, que vinha em uma volta lenta, o pegou desprevenido.
“Fui pego meio de surpresa por um carro que estava lento, mas isso não é desculpa. Fiquei um pouco distraído e acabei virando um pouco antes do que o normal.”
Os dois esses da piscina são tidos pelos pilotos como os pontos mais difíceis do traçado de Mônaco. Os carros se aproximam do trecho a mais de 240km/h e fazem a primeira parte de pé embaixo. Para a segunda, onde Verstappen bateu, a entrada é em por volta de 140km/h.
“Você sabe que pode errar a freada ou tocar o muro do lado de dentro ou de fora, subir demais na zebra. O risco é maior do que em qualquer outra pista. Acho que ele foi um pouco otimista e o dano acabou sendo grande”, disse Pierre Gasly, um dos grandes destaques da classificação em Mônaco, com o 10º lugar. “Na verdade, eu também tive um toque no mesmo lugar que o Max na classificação, mas não foi tão forte e consegui seguir, com sorte. Você joga com os limites e tenta ser o mais rápido possível sem bater.”
Que fase!
O erro não teria sido tão grave caso a fase do piloto não fosse tão negativa. Verstappen ainda não teve um final de semana totalmente lento até aqui na temporada. Na Espanha, ele conseguiu o primeiro pódio do ano, mas fez várias voltas com a asa dianteira danificada depois de um toque. Questionado sobre a sequência de incidentes, o holandês disse que só errou duas vezes nesse ano.
“Eu não coloco o que aconteceu na Espanha como erro. Aqui e na China (quando se envolveu com toques com Vettel e Hamilton) foram erros meus. É claro que não é o que você gostaria que acontecesse, mas infelizmente, aconteceu.”
Perguntado se tem algum tipo de explicação para a sequência de incidentes, Verstappen foi lacônico: “No momento, eu não tenho explicação.”
O piloto, contudo, acredita ainda ter o apoio da equipe. “Nós ganhamos juntos e perdemos juntos. Ano passado foi a mesma coisa quando estava tendo uma sequência de problemas com o motor, sempre apoiei o time e agora eles me apoiam.”
O chefe da equipe, contudo, demonstrou irritação. Christian Horner disse que Verstappen jogou fora a chance de vencer em Mônaco. "Ele precisa aprender e parar de cometer esses erros. Ele sabe disso melhor do que ninguém."
Corrida de recuperação
Para a corrida que tem largada às 10h10 deste domingo, a expectativa é de que Verstappen faça uma estratégia diferente para usar o forte ritmo da Red Bull e não ficar preso no trânsito, uma vez que é muito difícil ultrapassar nas ruas do Principado. “Sinceramente ainda não pensei na estratégia, mas temos de usar o ritmo de nosso carro.”
Nos últimos anos, dois pilotos viveram situações parecidas com Verstappen: em 2006, Michael Schumacher foi desclassificado e largou em último. E em 2010, Fernando Alonso também bateu no treino livre e ficou fora da classificação. Ambos os pilotos acabaram cruzando a linha de chegada em quinto lugar.
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