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Falta de mulheres entre mais bem pagas mostra Idade da Pedra, diz Hamilton

O inglês Lewis Hamilton se prepara para conceder entrevista em Mônaco - AFP PHOTO / BORIS HORVAT
O inglês Lewis Hamilton se prepara para conceder entrevista em Mônaco Imagem: AFP PHOTO / BORIS HORVAT

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Montreal (CAN)

07/06/2018 14h50

Lewis Hamilton figurou na 12ª colocação entre os atletas mais bem pagos do mundo na lista divulgada recentemente pela revista norte-americana Forbes. Mas não foi isso que chamou a atenção do piloto britânico, cujos ganhos anuais superariam os 50 milhões de dólares, e sim a ausência de mulheres no top 100.

Isso, especialmente pela ausência daquela que ele considera uma das melhores atletas da história, Serena Williams. A tenista apareceu nas listas anteriores da Forbes, mas ficou de fora devido à gravidez que a afastou de competições ano passado. E os ganhos com patrocinadores não foram suficientes para mantê-la entre os 100 mais bem pagos.

“Serena é uma das três melhores atletas de todos os tempos, acima de muitos, se não todos, que estão naquela lista”, afirmou Hamilton. “Então é uma grande questão: Por que [é a única mulher]. As mulheres comandam o mundo, então simplesmente não entendo. Isso só mostra como estamos ainda na Idade da Pedra e que isso precisa mudar. Quando? Não sei.”

Hamilton, que é amigo da tenista, contou que eles já conversaram sobre o assunto e que, além das diferenças de gênero, algo que incomoda a norte-americana é a diferença de rendimentos entre negros e brancos.

“A Serena já falou de como é difícil para ela porque particularmente as jogadoras brancas contra as quais ela joga costumam ganhar mais do que ela, mesmo que os resultados dela fossem melhores. Ainda é uma briga que temos na sociedade e vai demorar tempo para mudar isso.”

Além de Serena, outra atleta que esteve nas últimas listas da Forbes foi sua rival, Maria Sharapova, que foi pega por doping.

Falando sobre a Fórmula 1, Hamilton disse desconhecer se há diferenças de salário entre engenheiras e outras mulheres que trabalham na categoria.

“Não sei se na Fórmula 1 as mulheres têm diferenças em termos de salário, mas isso só mostra o quanto estamos atrasados no mundo. Não há motivos pelos quais uma mulher não deveria ganhar mais do que acontece hoje em dia.”

Hamilton está no Canadá onde defende a liderança do campeonato da Fórmula 1 neste final de semana. O inglês tem 14 pontos de vantagem para Sebastian Vettel. Sétima etapa do campeonato, o GP do Canadá tem treinos livres nesta sexta-feira e classificação às 15h do sábado, e a largada às 15h10 do domingo pelo horário de Brasília.

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