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Temporada 2019 pode ir até dezembro pela 1ª vez desde 63 e equipes reclamam

GP da Alemanha está de volta ao calendário desse ano, que tem 21 provas - AP Photo/Jens Meyer
GP da Alemanha está de volta ao calendário desse ano, que tem 21 provas Imagem: AP Photo/Jens Meyer

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Londres (ING)

14/06/2018 09h16

A temporada da Fórmula 1 ainda está longe de sua metade, mas o calendário do ano que vem já está trazendo problemas para a Liberty Media, empresa que gerencia os direitos comerciais da categoria. A fim de acomodar a possível nova prova em Miami, o campeonato teria que ser estendido até dezembro, algo que não acontece desde 1963.

A ideia não agrada os chefes de equipe, preocupados com seus funcionários e com a escalada de custos. Em 2018, a Fórmula 1 faz a temporada mais longa da história, com 21 corridas. Esse número poderia ser mantido ou aumentado ano que vem. “Acho que temos de olhar para a logística humana. Com 20 corridas, já estamos trabalhando no limite para manter só com uma equipe técnica. Podemos lidar com 21, 19, mas assim que começar a aumentar vamos ter que rodar os times e isso traz um custo imenso. É algo que dá para ser feito do ponto de vista do show, mas a questão é como as equipes iriam operar”, chamou a atenção Bob Fernley, da Force India, um dos times em dificuldades financeiras no grid.

A proposta do calendário de 2019 seria atrasar o início da temporada em uma semana, para que as sete primeiras corridas acontecessem com intervalos de dois finais de semana cada. Na segunda metade do ano, também seria necessário criar um espaço para o GP de Miami, sem que ele fosse realizado no final de semana seguido da outra corrida nos EUA, em Austin, em outubro. Por isso a temporada teria que acabar dia 8 de dezembro,em Abu Dhabi.

“Acho que há um segundo fator também, a saturação do público”, levantou Guenther Steiner, da Haas. “Quantas corridas de F-1 eles querem ver? Se tivermos provas todo final de semana, o ano inteiro, não entraríamos em uma espiral negativa?”, questionou. Um dos projetos da Liberty Media é ter um calendário com 25 corridas.

Para Claire Williams, terminar o campeonato tarde demais e começar antes dificulta a preparação dos carros. “Isso tira tempo em que estaríamos na fábrica construindo nossos carros e impede que os funcionários tenham tempo com suas famílias. Do ponto de vista comercial, é ótimo ter mais corridas em mercados em que não há saturação, como na América, mas isso tem de fazer sentido do ponto de vista financeiro. As equipes não podem ir para mais corridas sem ganhar nada a mais com isso.”

O descontentamento dos times, contudo, não é o único problema relacionado ao novo calendário. A prova de rua de Miami chegou perto de ser confirmada, mas vários problemas têm surgido, como a dificuldade em negociar com as várias entidades que controlam diferentes partes da cidade pelas quais o circuito passaria e a expectativa de processos de moradores.

Outro GP que corre risco é da Alemanha, cujo contrato acaba neste ano. Os organizadores já pediram um novo acordo com risco zero de perderem dinheiro para manter a prova. Caso Miami não saia do papel já para 2019, a continuidade da etapa alemã ganha fôlego.

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