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Tiro no pé? Cinco motivos para a Red Bull arriscar parceria com a Honda

Max Verstappen Red Bull GP da China - Aly Song/Reuters
Max Verstappen Red Bull GP da China Imagem: Aly Song/Reuters

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Castellet (FRA)

21/06/2018 04h00

A Red Bull anunciou nessa terça-feira (19) algo que já vinha se desenhando há alguns meses: a troca da Renault pela Honda como fornecedora de motores. O "namoro" começou por meio de sua equipe B, que passou a usar os motores japoneses no início deste ano depois da quebra de contrato entre a montadora e a McLaren.

Com o acordo, a Red Bull passará a usar os motores Honda ano que vem e, pelo menos inicialmente, o contrato vai só até o fim de 2020. Isso porque haverá uma mudança no regulamento para 2021, e as diretrizes do novo motor ainda não estão acertadas. Já a Renault ficará com uma equipe a menos, e agora equipará seu time de fábrica e a McLaren.

Mas por que a Red Bull escolheu o motor Honda que foi deixado de lado pela McLaren pela falta de confiabilidade e potência? Veja cinco motivos abaixo.

Status de time de fábrica

A grande vantagem da Red Bull ter a Honda como parceira ao invés da Renault é o tipo de atenção que os japoneses poderão disponibilizar. Isso porque os franceses têm a sua própria equipe, que naturalmente é priorizada. Em termos práticos, a tendência é a Honda desenvolver o motor juntamente do combustível usado pela Red Bull, algo que não ocorre atualmente com a equipe e é algo fundamental para ganhar aqueles décimos de segundo extra que vão decidir uma pole position, por exemplo.

Sinais de melhora

Ter status de time de fábrica também era o que atraía a McLaren, mas os três anos da parceria com a Honda foram marcados por muitas quebras e rendimento ruim. É preciso lembrar, no entanto, que os japoneses começaram o desenvolvimento de seu motor atual três anos depois das outras montadoras e só agora estão vendo resultados significativos. Tanto que o fator decisivo para a Red Bull bater o martelo foi a evolução demonstrada no último GP, no Canadá, quando o motor Honda ganhou pelo menos 0s3 e o Renault não cresceu como era esperado. Além disso, com quatro carros no grid e extensa troca de informações entre Red Bull e Toro Rosso a tendência é que a evolução seja mais rápida.

Esgotamento com Renault

A relação entre Red Bull e Renault já era tensa há anos, uma vez que os franceses não investiram tanto quanto Mercedes e Ferrari na última década e acabaram ficando para trás. Quando o regulamento previa o congelamento dos motores, até o fim de 2013, contudo, isso não tinha tanto efeito, e a Red Bull conquistou quatro títulos em seguida. Depois que o desenvolvimento passou a ser fundamental, o time nunca mais lutou pelo título. De lá para cá, foram várias as oportunidades em que os franceses prometeram melhoras significativas, mas elas não vieram. A última delas foi no GP do Canadá, há pouco menos de duas semanas.

Bom para as finanças

Mesmo que dificilmente a patrocinadora máster da Red Bull, a Aston Martin, fique com a nova parceria, ela é teoricamente vantajosa economicamente para a Red Bull, uma vez que o motor vem de graça junto de um investimento forte da Honda, que vê nesta nova união sua grande chance de ter sucesso pela primeira vez na categoria desde os títulos de Ayrton Senna e Alain Prost na McLaren dos anos 1980 e início dos 90.

Potencial comprador

A Fórmula 1 vive um momento importante politicamente, com os contratos das equipes terminando em 2020 e um novo regulamento técnico sendo proposto justamente para a temporada seguinte. Dependendo do modelo comercial seguido, a Red Bull pode entender que não faz mais sentido seguir na categoria e teria na Honda um potencial comprador. A ideia de voltar a ter um time próprio depois da decepção de dez anos atrás não é unanimidade entre os japoneses, mas existe.

Enquanto a parceria entre Red Bull e Honda não começa, a Fórmula 1 faz sua oitava etapa neste final de semana, no retorno do GP da França depois de dez anos fora do calendário. Sebastian Vettel lidera, com apenas um ponto de vantagem para Lewis Hamilton.

Confira o calendário do GP da França (Horários de Brasília)

Sexta-feira
Treino livre 1 - 7h
Treino livre 2 - 11h

Sábado
Treino livre 3 - 8h
Classificação - 11h

Domingo
Corrida - 11h10

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