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Como F-1 tem campeonato mais apertado do milênio mesmo com corridas mornas

Vettel mantém 1ª posição após largada no Canadá - Mark Thompson/AFP
Vettel mantém 1ª posição após largada no Canadá Imagem: Mark Thompson/AFP

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Le Castellet (FRA)

22/06/2018 04h00

Ver os líderes de um campeonato de Fórmula 1 separados por apenas um ponto depois de sete etapas disputadas é algo raro na categoria, e Sebastian Vettel e Lewis Hamilton chegam justamente nesta situação ao GP da França, neste fim de semana. Ao mesmo tempo, até os chefões do esporte estão surpreendidos pela falta de ação nas pistas. Como é possível ter um campeonato tão disputado e corridas tão mornas?

As duas respostas estão interligadas. Basta ver o que aconteceu nas últimas três etapas, em que as ultrapassagens foram raras e houve pouca variação em termos de estratégia. Quem largou na frente acabou dominando a prova. Este domínio, no entanto, variou: foi de Hamilton na Espanha, de Daniel Ricciardo em Mônaco e de Vettel no Canadá.

Assim, foram-se um ciclo: se é muito difícil ultrapassar, não vale a pena parar muitas vezes nos boxes e voltar no meio do pelotão. Se não vale a pena parar muitas vezes, é preciso dosar o ritmo para cuidar dos pneus. E quem está na frente, com pista livre, consegue cuidar melhor dos pneus e vencer com tranquilidade.

Não foi assim nas primeiras quatro etapas do ano, principalmente pela entrada do Safety Car na segunda metade das provas, induzindo alguns a arriscarem na estratégia. Foi o que aconteceu, por exemplo, no GP da China, quando Ricciardo tinha pneus novos no fim e venceu, passando um por um seus rivais.

Porém, quando o Safety Car não aparece, as corridas têm sido fadadas pelo marasmo, pois não há uma diferença de rendimento suficiente para que os pilotos tentem as manobras. Na última corrida, em particular, o cenário foi alarmante: enquanto é normal que pistas como a de Barcelona, palco do GP da Espanha, e de Mônaco tenham provas com menos ultrapassagens, o número de 22 foi considerado baixo demais para o GP do Canadá, algo reconhecido até pelo chefe da parte técnica da F-1, Ross Brawn.

"A batalha pelo título está muito empolgante neste ano, mas é verdade que em Montreal e em Mônaco a batalha pela pole foi mais emocionante que a corrida. Isso é previsível nas ruas de Monte Carlo, mas não é o que você espera na Ilha de Notre Dame, que sempre gera corridas empolgantes e indefinidas até o final”, disse o dirigente, que comparou a prova com a Copa do Mundo. "Sou um fã de futebol, mas sei que alguns jogos da Copa do Mundo vão ser muito chatos e outros serão incríveis".

Não há muito o que os cartolas da F-1 possam fazer para remediar isso imediatamente. São esperadas mudanças aerodinâmicas em 2019 que tornem os carros menos sensíveis e aumentem as ultrapassagens. Além disso, a fornecedora de pneus Pirelli já anunciou que fará opções mais ousadas de compostos para a segunda metade do ano.

Enquanto isso, o título segue totalmente aberto, com a Ferrari de Vettel e a Mercedes de Hamilton se alternando na ponta e a Red Bull de Ricciardo correndo por fora. Nas últimas décadas, o campeonato mais próximo ao atual em relação à competitividade foi o de 2010: ao fim de sete etapas, era Hamilton quem liderava com dois pontos de vantagem para Fernando Alonso. E quem acabou levando foi Vettel.

Confira o calendário do GP da França (Horários de Brasília)

Sexta-feira
Treino livre 1 - 7h
Treino livre 2 - 11h

Sábado
Treino livre 3 - 8h
Classificação - 11h

Domingo
Corrida - 11h10

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