Como vice-lanterna da F1 passou a desafiar Mercedes e Ferrari nos pit stops
Existe um campeonato na Fórmula 1 que pouca gente conhece, mas que é levado a sério pelas equipes: de pit stops. Desde 2015, há uma disputa oficial, com pontuação igual à atribuída para os pilotos - ou seja, o melhor pit stop leva 25 pontos, o segundo 18 e assim por diante. Como nas corridas, os times grandes, com melhor tecnologia e profissionais, tendem a comandar também essa disputa. Mas neste ano uma equipe vem chamando a atenção: a Sauber, vice-lanterna do campeonato de construtores e terceira melhor nos pit stops, lutando de igual para igual com Ferrari, segunda, e Mercedes, quarta.
A líder disparada é a Red Bull, que tem 285 pontos. A Ferrari ultrapassou a Sauber na última corrida e tem 146, contra 144 do time suíço. Já a Mercedes tem 132 pontos. A lanterna nesse campeonato é a Renault, com apenas 14 pontos.
Mas o que mais impressiona no caso da Sauber é a virada em relação ao ano passado, quando o time somou apenas um ponto por todo o ano. “Nós éramos sempre os piores, levávamos pelo menos 1s de todo mundo”, lembra o brasileiro Tiago Fadel, que trabalha na Sauber e faz parte do time de pit stops.
“A gente vem de uma década de BMW (antiga dona do time) em que nada funcionava. O material era antiquíssimo. Tudo arrebentava e nós tínhamos que reformar porque não havia dinheiro para comprar peças novas”, contou o mecânico de composição, que trabalha também no carro de Charles Leclerc.
“Neste ano, tivemos a ajuda da Ferrari. Eles cederam para nós todos os mecanismos, ou seja, as porcas e as parafusadeiras. Compramos o material novo, igual ao que todo mundo usa e, com isso chegamos mais perto. Conseguimos tirar um segundo.”
A ajuda da Ferrari nos equipamentos de pit stop foi um dos benefícios da relação mais próxima entre a Sauber e o time italiano a partir desta temporada, com a chegada do patrocínio da Alfa Romeo, marca que Maranello escolheu para estampar nos carros da equipe suíça.
Mas mesmo isso não seria possível para liderar a tabela de pits stops mais rápidos. Faltava investir na preparação e estudar os pontos fracos da equipe da qual Tiago faz parte como responsável por trocas de asa e acertos na asa dianteira.
“Fomos em fevereiro para a Itália para nos prepararmos com a Formula Medicine [empresa especializada em treinamento e reabilitação voltados ao automobilismo]. Foi uma preparação forte, mental, que nos deu a chance de chegar onde estamos chegando. A gente treina muito e descobrimos quem é melhor em cada função. Mexemos praticamente no time todo e então conseguimos chegar nos melhores. Agora sabemos que vamos colocar pelo menos um carro com certeza no top 3 em todas as corridas até o final do ano, mas nosso objetivo é colocar sempre os dois carros lá na frente, para que a gente possa ganhar o campeonato deste ano.”
De fato, a Sauber segue em evolução. Em 2017, seu melhor pit stop foi de 3s05. No começo deste ano, com os novos equipamentos, o time fazia suas melhores paradas em cerca de 2s80. Agora, está fazendo trocas consistentemente em 2s30. O próximo objetivo é copiar a Red Bull e colocar os dois carros no top 10 em todas as provas.
Depois de fazer a parada mais rápida em três provas seguidas - Mônaco, Canadá e França - a Sauber foi a segunda na Áustria e, na última prova, uma falha impediu o que seria outro top 3, com uma das rodas de Leclerc sendo mal-fixada. O time tenta voltar por cima neste final de semana, no GP da Alemanha.
HORÁRIOS DO GP DA ALEMANHA
Sexta-feira
Treino livre 1 6h
Treino livre 2 10h
Sábado
Treino livre 3 7h
Classificação 10h
Domingo
Corrida 10h10
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