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Não é só o calor: por que o GP de Cingapura é o mais duro da temporada

Vista aérea da largada do GP de Cingapura - Dan Istitene/Getty Images
Vista aérea da largada do GP de Cingapura Imagem: Dan Istitene/Getty Images

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Londres (ING)

11/09/2018 04h00

Chegar na etapa de Cingapura sem estar fisicamente preparado é um erro que pode custar caro aos pilotos da F-1. Que o diga Daniel Ricciardo, que viveu uma de suas piores provas da carreira do ponto de vista físico na primeira vez que correu em Marina Bay, em 2011. E prometeu para si mesmo que jamais passaria pela mesma experiência.

“Foi uma das piores corridas em que já estive”, lembra o piloto da Red Bull. “Eu subestimei o quão intensa a prova seria fisicamente. Não estava me sentindo bem depois do GP, a sensação era de que eu jamais queria estar daquele jeito em um carro de corrida novamente. Então prometi que sempre chegaria em Cingapura mais preparado do que o necessário. E tenho orgulho disso.”

Não por acaso, Daniel Ricciardo é um dos pilotos que postaram nos últimos dias vídeos do treinamento específico que estão fazendo para o GP de Cingapura.

Mas por que a 15ª corrida do campeonato é tão difícil? Há uma combinação de fatores, mas o principal é a condição climática, de muito calor e forte umidade. Isso faz com que os pilotos percam no mínimo 1kg durante a prova, apenas em suor. E isso é preocupante uma vez que a performance cognitiva começa a se deteriorar quando uma pessoa perde de 1.5 a 2% de seu peso - ou seja, se o piloto pesa 70kg, esse impacto já é sentido com a perda de 1.05 a 1.4kg. Por conta disso, as equipes usam até uma garrafa de bebida eletrolítica maior do que o normal, com capacidade para 1.3l.

Mas Nico Hulkenberg, da Renault, ressalta que a pista já seria difícil mesmo sem o calor e a umidade. Afinal, são 23 curvas, número alto em comparação com o restante do calendário.

"O circuito em si é muito físico e estressa muito o corpo. A volta é longa e as curvas vêm em sequências rápidas, sem muitas retas para você dar um respiro. A umidade, combinada com toda essa ação ao volante com essas curvas e mudanças de marcha, torna as coisas ainda mais difíceis".

A duração da prova é outro fator que dificulta a vida dos pilotos: em 10 edições, três foram encerradas pelo tempo limite de 2h, uma vez que a volta é longa e, mesmo se não houver períodos de Safety Car, já é naturalmente uma corrida mais demorada (uma vez que, a exceção de Mônaco, as corridas da F-1 têm de ter 300km).

“Lembro de ter perdido 4kg na corrida de 2013, foi muita coisa”, revela Romain Grosjean. “Além de tudo, por toda a semana ficamos sem ver a luz do sol, e isso também tira um pouco da energia.”

Essa falta de luz acontece porque, para se adaptar à rotina da única prova totalmente noturna da temporada, tanto pilotos, quanto equipes se mantêm no fuso horário europeu, que está 6h atrasado em relação a Cingapura. Por conta disso, é normal que entrevistas sejam concedidas após a meia-noite e as equipes trabalhem até pelo menos as 2h da madrugada.

Confira os Horários do GP de Cingapura

Sexta-feira
Treino livre 1: 6h
Treino livre 2: 10h

Sábado
Treino livre 3: 7h
Classificação: 10h

Domingo
Corrida: 9h10

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