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Bom ano ao lado de novo piloto da McLaren dá fôlego para brasileiro na F1

Sergio Sette Camara no pódio da F-2  - Divulgação
Sergio Sette Camara no pódio da F-2 Imagem: Divulgação

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Cingapura (SIN)

13/09/2018 05h30

A temporada de Sergio Sette Camara na Fórmula 2 não tem sido exatamente como ele esperava: foram vários os pontos desperdiçados por motivos diferentes, o que o coloca na sexta colocação do campeonato com 142 pontos a dois finais de semana do fim, resultado aquém da projeção de terminar seu segundo ano na categoria no top 3. Mas existe algo a ser comemorado: ao andar perto de seu companheiro Lando Norris, confirmado recentemente como piloto da McLaren no ano que vem, o brasileiro ganhou pontos no paddock da F-1.

Visto com desconfiança por ter durado apenas um ano no programa de jovens pilotos da Red Bull, desagradando o consultor Helmut Marko devido à falta de consistência, o brasileiro convivia com a possibilidade de ser amplamente dominado por seu companheiro de Carlin neste ano.

No entanto, esta baixa expectativa acabou ajudando-o, como ele mesmo já previa no início da temporada, em abril. “Pode ser uma situação positiva ou negativa. Todo mundo queria estar no meu lugar. É uma vitrine muito grande para mim por estar andando do lado de um piloto que tem muita mídia, muita estrutura por trás. Se eu for bem, um pouco do holofote dele também vai brilhar em mim”, disse na época ao UOL Esporte.

O fato é que, mesmo estando em segundo no campeonato, com 197 pontos, Norris foi batido por Sette Camara nas últimas quatro classificações. A diferença em termos de pontuação, entretanto, vem da dificuldade do brasileiro em converter essas boas performances das classificações nas corridas por diversos motivos, desde uma lesão que o fez perder as duas corridas em Mônaco, problemas no motor em Silverstone, até uma falha de comunicação com o time em Monza que o fez ir de segundo no grid ao fundo do pelotão antes mesmo da largada.

“Foi um erro meu porque eu deveria conhecer o procedimento, mas também teve o ingrediente do engenheiro ser europeu, muito calado. Ele também poderia ter me dado mais instruções”, explicou o brasileiro, que ouviu um barulho estranho no motor quando iniciou a volta de apresentação e acabou entrando nos boxes achando que havia algo de errado, perdendo a largada. “É o tipo de coisa que estamos ajustando.”

E em 2019?
O objetivo de Sette Camara para este ano segue sendo o top 3, ainda que o piloto esteja a 34 pontos do atual terceiro colocado, Alexander Albon. A fixação pela parte de cima da tabela tem explicação lógica: só assim ele somaria os pontos suficientes para obter a superlicença e tentar uma vaga na Fórmula 1, mesmo que como piloto de testes inicialmente.

A possibilidade de chegar lá ainda existe: na F-2, a pontuação máxima do final de semana é de 49 pontos e faltam duas etapas para o fim.

“Preciso de um final de semana forte, com uns 40 pontos. Aí vou estar na briga de novo. Mas também é verdade que estar no top 3 não significa que vou estar na F-1 ano que vem. E sim que existe a chance”, disse o piloto ao UOL Esporte.

Caso isso não ocorra, Sette Camara continuaria na F-2, focando em lutar pelo título em 2019. “O plano, no momento, é fazer mais uma temporada de F-2. Claro que não é o que eu mais queria fazer, mas é a opção mais realista neste ano e acho que estamos montando uma boa condição para fazer uma temporada bem competitiva.”

Transformar as boas classificações em resultados seria uma boa receita, uma vez que a primeira corrida dá mais pontos - 31 no máximo. Já a segunda é disputada com grid invertido entre os oito primeiros - ou seja, vencedor da corrida 1 larga em oitavo - e a pontuação é menor, com máximo de 18 pontos.

A próxima etapa da Fórmula 2 é na Rússia, dias 29 e 30 de setembro, juntamente da F-1.

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