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Bilionário pai de Stroll garante R$ 125 mi para Force India com manobras

Lance Stroll, no GP dos EUA - Clive Mason/Gettty Images
Lance Stroll, no GP dos EUA Imagem: Clive Mason/Gettty Images

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Singapura (SIN)

16/09/2018 04h00

O empresário Lawrence Stroll construiu uma fortuna bilionária assumindo o controle de companhias do mundo da moda, valorizando-as, e lucrando com sua venda. Agora, o canadense está trazendo essa sua estratégia para a Fórmula 1. E com muito sucesso.

Depois de colocar seu filho Lance Stroll na Williams sob um contrato segundo o qual seu investimento na equipe diminuía a cada temporada, ele assumiu o controle da Force India duas semanas depois de a equipe entrar em processo de insolvência, e vem conseguindo várias manobras nos bastidores para aumentar o máximo possível seu orçamento.

Quando a compra e a troca do nome para Racing Point Force India foram anunciados, a informação era de que, entrando como uma nova inscrita no campeonato, a equipe perderia todos os pontos conquistados na temporada e o direito de receber, por dois anos, a parte que lhe caberia da distribuição do dinheiro dos direitos comerciais.

O pai de Stroll, porém, conseguiu fazer com que todos os rivais concordassem em assinar um documento para que a questão do pagamento fosse revertida, argumentando que o time já seria penalizado com a perda dos pontos, o que já aconteceu, e que não se tratava exatamente de uma nova equipe, mas somente uma troca de comando.

Isso passa por cima da regra que diz que, quando um time entra em processo de insolvência, perde o direito à fatia dos direitos comerciais. Os advogados de Stroll, porém, encontraram várias ambiguidades no texto e reverteram isso, o que primeiramente significa que o time ganha sua quantidade proporcional a sua posição no campeonato e também uma quantia que é distribuída igualmente por todos, que neste ano foi de 20 milhões de dólares.

Mas o bilionário não pararia por aí. O empresário conseguiu, ainda, que a Force India fosse incluída na lista de times de pagamento histórico, que hoje tem Williams, Ferrari, Mercedes e Red  Bull. Isso significa uma injeção de US$ 30 milhões (cerca de R$ 125 milhões) a mais para o time no ano que vem. Atualmente, mesmo tendo perdido todos os pontos há duas provas, o time é sétimo e pode ganhar mais dinheiro, conforme a sua posição no final da temporada. Se o sexto lugar for confirmado, isso significa mais cerca de 30 milhões de dólares.

O pai de Stroll aumentou seu poder de barganha dentro da Fórmula 1 especialmente depois que vendeu a equipe Prema, das categorias de base, para Nicolas Todt, filho do presidente da FIA, Jean Todt, em um negócio bastante favorável ao francês. O empresário havia comprado o time para se certificar que seu filho tivesse as melhores condições possíveis nas categorias de base.

Lance Stroll ainda não está oficialmente confirmado como piloto da Force India, mas é apenas uma questão de oficializar que o canadense será o companheiro de Sergio Perez no ano que vem.

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