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Mesmo "dividido", Hamilton lembra Schumacher e justifica ordem da Mercedes

Bottas e Hamilton em entrevista pós-GP da Rússia - Maxim Shemetov/Reuters
Bottas e Hamilton em entrevista pós-GP da Rússia Imagem: Maxim Shemetov/Reuters

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Sochi (Rússia)

30/09/2018 15h33

Lewis Hamilton não escondeu o mal estar depois de vencer o GP da Rússia ajudado por uma ordem de equipe dada a seu companheiro Valtteri Bottas, que largou na pole position e vinha na frente até receber mensagem para abrir ao líder do campeonato. Com o resultado, o inglês abriu 50 pontos em relação a Sebastian Vettel, que foi terceiro. Com exclusividade ao UOL Esporte, o tetracampeão disse que a situação lhe deixou dividido, mas acredita que, como Michael Schumacher, o mais importante é o resultado final.

“Gosto de vencer do jeito certo e gostaria de pensar, que até hoje, eu sempre fiz isso. Fiquei muito dividido. Passou pela minha cabeça [deixar Bottas retomar a primeira colocação]. Mas era o que a equipe queria. Eles queriam terminar a corrida com 10 pontos a mais [que Vettel no Mundial de Pilotos]. Essa era a meta principal, ganhar mais 10 pontos de vantagem. Eu sabia que era o que a equipe queria mas, ao mesmo tempo, eu sabia o que eu sentia que era o certo.”

No final das contas, o que pesou para Hamilton foi o foco no campeonato. O inglês disse acreditar que o mais importante é vencer, mesmo que não seja sempre da maneira que ele mesmo acredita ser o mais correto.

“As pessoas não lembram as decisões certas ou erradas durante uma temporada. Elas lembram de quem foi campeão. É só olhar Michael Schumacher: ele tem sete títulos mundiais, é o maior vencedor da história, mas as decisões que levaram a esses títulos foram sempre as certas? Eu diria que ele na maioria das vezes tomou decisões muito espertas para conquistar seus títulos.”

Até o GP da Rússia, Hamilton vinha jogando nos erros da Ferrari e de Vettel, que tinham equipamento ligeiramente melhor. Mas a Mercedes, que nunca foi batida nas cinco edições da corrida de Sochi realizadas até aqui, tem trazido atualizações que funcionaram nas duas últimas provas, equilibrando o campeonato.

“Olhando o todo, a equipe foi muito bem, o carro em nenhum momento até aqui na temporada tinha estado tão bom, e isso é devido ao trabalho consistente do pessoal da fábrica. E também tenho de dizer que o Valtteri é o melhor companheiro que já tive em termos de correr para a equipe.”

Do lado do finlandês, restou a consolação de ter sido superior a Hamilton em Sochi, como já havia ocorrido ano passado, o primeiro em que os dois correram juntos na Mercedes. “O que quero fazer é vencer corridas. Não consegui fazer isso, mas sei que, em uma corrida normal, de igual para igual, eu poderia ter conseguido. E é isso que importa para mim.”

É apenas a segunda vez no ano que Bottas tem um final de semana consistentemente melhor do que Hamilton. Na primeira, na Áustria, o finlandês também largou na pole position, mas teve uma quebra.

Com cinco provas para o final do campeonato, 125 pontos ainda estão em jogo na Fórmula 1. A 17ª etapa será já no próximo final de semana, no Japão.

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