Topo

Fórmula 1

Mercedes lança carro com visual agressivo para igualar recorde da Ferrari

Mercedes apresentou carro para a temporada 2019 nesta quarta-feira - Divulgação
Mercedes apresentou carro para a temporada 2019 nesta quarta-feira Imagem: Divulgação

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Londres (ING)

13/02/2019 08h11

Em busca de igualar a Ferrari como equipe com maior número de títulos seguidos na história da Fórmula 1, a Mercedes lançou nesta quarta-feira, em Silverstone, seu carro para a temporada 2019. O time aproveitou para ser a primeira a colocar o carro oficialmente na pista, para um shakedown, teste dos principais sistemas do carro. O teste, limitado a 100km, foi conduzido por Valtteri Bottas na parte da manhã e Lewis Hamilton pela tarde.

Hamilton Mercedes - Divulgação - Divulgação
Carro da Mercedes já foi para a pista
Imagem: Divulgação

Este em si já é um sinal de que os atuais pentacampeões saem na frente, uma vez que Williams e Renault já anunciaram que vão desistir de colocar o carro na pista antes do início dos testes, devido a atrasos em sua construção. Também não por acaso, a Mercedes é, entre os carros lançados até o momento, o mais bem trabalhado, com um visual agressivo especialmente nas laterais do cockpit, área que será fundamental no desenvolvimento deste ano.

Mas o chefe Toto Wolff prefere a cautela. "Começamos a temporada com zero ponto, então não estamos achando que será fácil e não há a sensação de que temos a obrigação de estar na frente. Na verdade, com a mudança de regulamento, todas as equipes podem ter uma chance e estamos vendo todas elas como uma ameaça em potencial", disse.

mercedes W10 - Divulgação - Divulgação
Nova Mercedes é o carro mais trabalhado aerodinamicamente entre os lançados até agora
Imagem: Divulgação

Em relação à pintura, havia a expectativa de uma mudança radical depois que o time divulgou imagens que seriam de partes do carro sem o prateado, e com fundo preto e uma espécie de estampa verde a azul. O modelo lançado segue com visual parecido em relação aos últimos anos, contudo, embora agora tenha pequenos símbolos da Mercedes na parte traseira.

Mercedes W10 lateral - Divulgação - Divulgação
Pintura da Mercedes também será diferente nesta temporada
Imagem: Divulgação

Dona de cinco títulos mundiais consecutivos, a Mercedes está a um de igualar as seis conquistas da Ferrari entre 1999 e 2004. Para tanto, seguindo na linha de "em time que está ganhando não se mexe", a Mercedes continua, pelo terceiro ano consecutivo, com a dupla Lewis Hamilton e Valtteri Bottas. Em seu penúltimo ano de contrato, o inglês tem grandes chances de se aproximar dos recordes de vitórias e títulos de Michael Schumacher neste ano: faltam 18 vitórias e dois títulos para ele chegar nos números antes considerados praticamente inalcançáveis do alemão.

Para isso, a Mercedes terá de se dar bem com mudanças importantes no regulamento técnico deste ano. Os carros terão asas mais largas, altas e simples, a fim de 'limpar' o ar e ajudar um carro a seguir o rival de mais perto, criando mais chances de ultrapassagens. Na asa dianteira, a largura e altura aumentaram em 20cm, e ela estará 25cm mais à frente que em 2018. Já a asa traseira 'sobe' 2cm, tem aumento de 10cm de largura e a abertura do DRS ganha também 2cm, aumentando seu potencial em cerca de 25%. Outra mudança importante é o aumento do limite de combustível de 105kg para 110kg, permitindo que os pilotos forcem mais durante as corridas.

LEIA MAIS:

Outra batalha importante é em relação ao motor: a Mercedes perdeu grande parte da vantagem que tinha e que foi determinante para a conquista dos cinco títulos seguidos, e hoje está em pé de igualdade em termos de potência com a Ferrari, em fator que pode ser decisivo nesta temporada. Tendo isso em vista, a Mercedes divulgou que decidiu refazer várias partes de seu motor, mesmo com as regras permanecendo estáveis. "Mudamos a arquitetura do sistema de arrefecimento da unidade de potência, o que deve gerar ganhos aerodinâmicos para o carro e também na eficiência do motor em si", explicou Andy Cowell, diretor da divisão de motores da equipe. As mudanças visam melhorar a termoeficiência do conjunto, fator importante na evolução das unidades de potência híbridas da F-1, que se alimentam do motor a combustão e também da transformação da energia calorífica e cinética.

Do lado de Valtteri Bottas, cujo contrato vai até o final do ano, fica a pressão por não ter rendido o esperado nas duas últimas temporadas e a sombra de Esteban Ocon, piloto muito bem conceituado pelo chefe Toto Wolff, como reserva do time.

Ainda nesta quarta-feira, a F-1 vai conhecer os modelos de Red Bull e Racing Point, ex-Force India, para esta temporada. Na quinta, a McLaren vai lançar seu carro e, na sexta, será a vez da Ferrari. A última equipe fazer o lançamento será a Alfa Romeo (ex-Sauber), na próxima segunda-feira, já no palco dos testes da pré-temporada, no Circuito da Catalunha, Espanha.

Serão duas baterias de quatro dias de testes cada antes do começo da temporada, dia 17 de março, na Austrália.
 

Fórmula 1