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Fórmula 1

Mercedes vê Ferrari "pelo menos meio segundo mais rápida" e fala em reação

Sebastian Vettel treina com a Ferrari em Barcelona - Lluis Gene/AFP
Sebastian Vettel treina com a Ferrari em Barcelona Imagem: Lluis Gene/AFP

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Milão (ITA)

25/02/2019 04h00

"Não importa como você veja a situação, com pouco ou mais combustível, diferentes tipos de pneu: a Ferrari está na frente". A frase é do piloto da Mercedes Valtteri Bottas, reconhecendo o que, de fato, ficou claro na primeira semana de testes da pré-temporada da Fórmula 1. Enquanto o time italiano usou as novas regras para dar um passo adiante, os alemães ainda seguem sem conseguir entender inteiramente seu modelo W10.

Tanto que o companheiro de Bottas, Lewis Hamilton, seguiu na mesma linha. "Acho que temos um pouco menos pressão aerodinâmica em comparação com o ano passado, mas isso é esperado. E o carro tem novas características que, com o tempo, vamos descobrir se serão melhores ou não. No momento, não sabemos".

O inglês disse que, mesmo antes de entrar no carro, já esperava que o início do ano fosse mais complicado do que nas últimas cinco temporadas, em que a Mercedes conquistou o pentacampeonato mundial. "Foi um inverno [no hemisfério norte] difícil na fábrica. Conseguia ver isso e ouvi do pessoal que provavelmente foi o mais difícil, com mais uma mudança de regras. Mas estou confiante de que, mesmo que nós não tenhamos começados com o pé direito, quando chegar na primeira corrida estaremos mais bem preparados", disse Hamilton.

A mudança que o pentacampeão se refere é um conjunto que alterou as dimensões das asas e as simplificou, com o intuito de gerar mais chances de ultrapassagem. E a Ferrari escolheu uma filosofia diferente na interpretação da asa dianteira, além de ter conseguido 'enxugar' a parte traseira do carro.

Mas o chefe da Mercedes, Toto Wolff, disse que a equipe está mais focada em entender o próprio equipamento do que copiar os rivais. Até porque estudou soluções como a ferrarista. "Avaliamos várias possibilidades e filosofias antes de começar. O grande risco com novas regras é haver uma grande brecha, como aconteceu em 2009. Vamos trabalhar com o pacote que escolhemos".

Apesar dos cinco títulos, a Mercedes tem se acostumado a sentir dificuldades com carros novos, e depois desenvolvê-los. Por conta disso, Bottas diz que, mesmo estando "a meio segundo da Ferrari na melhor das hipóteses", está "confiante de que o time vai evoluir".

Do lado ferrarista, contudo, a empolgação é clara. Mesmo o estreante Charles Leclerc, mais cauteloso nos comentários, disse ter se "surpreendido com o fato do carro ser bom logo de cara e com o nível de dirigibilidade", enquanto seu companheiro Sebastian Vettel não mediu palavras. "Acho que foi inacreditável. O carro estava funcionando muito bem, não tivemos problemas nos atrapalhando, fizemos nosso programa exatamente como queríamos e conseguimos até tirar um pouco mais. O que a equipe colocou na pista esteve perto da perfeição".

Começar bem o ano, contudo, não é novidade para a Ferrari, que saiu na frente nos dois últimos campeonatos e depois não conseguiu desenvolver o carro na mesma velocidade. Neste ano, o time busca seu primeiro título em mais de 10 temporadas: o último título de pilotos foi 2007, com Kimi Raikkonen, e último de equipes foi em 2008.

As equipes da Fórmula 1 voltam para o palco dos testes da pré-temporada, o Circuito da Catalunha, nesta semana para a segunda e última bateria de testes. O campeonato começa dia 17 de março, na Austrália.

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