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Horner prevê mais brigas com chefe da Renault no 2º ano da F1 no Netflix

Abiteboul, chefe da Renault, conversa com Christian Horner no box da Red bull - Mark Thompson/Getty Images
Abiteboul, chefe da Renault, conversa com Christian Horner no box da Red bull Imagem: Mark Thompson/Getty Images

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Xangai (China)

13/04/2019 04h00

Uma das revelações que a série da Fórmula 1 "Dirigir para Sobreviver" da Netflix trouxe à tona é o nível de hostilidade entre os chefes da Red Bull, Christian Horner, e da Renault, Cyril Abiteboul. A relação dos dois foi se deteriorando com a falta de resultados dos motores franceses desde a introdução do atual regulamento dos V6 turbo, em 2014. Antes disso, a Red Bull tinha conquistado, entre 2010 e 2013, quatro títulos mundiais com os motores Renault.

No quarto capítulo da série, intitulado "A Arte da Guerra", Horner e Abiteboul são as figuras centrais, com o inglês saindo na frente com o anúncio, logo antes do GP da França, de que a Red Bull usaria os motores Honda a partir deste ano, e o francês dando o troco, quando foi confirmado que Daniel Ricciardo iria da Red Bull para a Renault em 2019.

Mas engana-se quem pensa que os embates entre Horner e Abiteboul são coisa do passado agora que Red Bull e Renault não trabalham mais juntas. Perguntado pelo UOL Esporte qual seria seu novo algoz na segunda temporada do seriado da Netflix (que está sendo filmada, ainda que não exista ainda acordo firmado com a F-1 para seu lançamento), Horner descartou ter problemas com o novo parceiro, Masashi Yamamoto. "Certamente não será com ele. Talvez brigue com Cyril de novo! Gostei daquilo, vou sentir falta de poder atacá-lo", disse o dirigente. "Acho que a Netflix deu uma boa visão da F-1, mostrando um pouco dos bastidores, a politicagem e as pressões que permeiam o esporte".

E as provocações por parte de Horner já começaram logo na segunda prova da temporada, há duas semanas, no Bahrein. O chefe da Red Bull salientou que o time só não chegou ao pódio com Max Verstappen porque "as Renault resolveram quebrar bem na hora", referindo-se ao abandono duplo do time francês, que causou a entrada do Safety Car e impediu que Verstappen ultrapassasse Charles Leclerc, bem mais lento devido a um problema de motor.

Provocações à parte, o fato é que Horner se mostra contente com a parceria com a Honda até aqui. "Diria que eles prometem menos e fazem mais", disse. "Tivemos uma grande relação no começo com a Renault. Vencemos 59 corridas e oito campeonatos [entre pilotos de construtores] com eles, predominantemente na era dos motores V8. Mas as coisas mudaram: os dirigentes, os objetivos. Eles compraram sua própria equipe e nós nos tornamos, cada vez mais, uma inconveniência para eles como cliente. E estávamos em busca de um parceiro de verdade. A única coisa que a Honda tinha que demonstrar ano passado era progresso, e eles claramente fizeram isso. A partir daí foi uma decisão fácil e tudo o que eles prometeram, eles entregaram. E isso tem sido extremamente impressionante", destacou.

Neste final de semana, a Fórmula 1 realiza sua terceira etapa da temporada, na China. Com motores Honda, a Red Bull está em terceiro no campeonato e tem Max Verstappen também em terceiro entre os pilotos.

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