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O que há de errado com a Ferrari? 5 motivos para o time estar decepcionando

Sebastian Vettel e Charles Leclerc, pilotos da Ferrari, no GP da China de Fórmula 1  - Thomas Peter/Reuters
Sebastian Vettel e Charles Leclerc, pilotos da Ferrari, no GP da China de Fórmula 1 Imagem: Thomas Peter/Reuters

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Londres (ING)

16/04/2019 14h07

A Ferrari saiu da pré-temporada da Fórmula 1 como favorita para o início da temporada. Mas o que se viu até agora foi um verdadeiro baile da Mercedes, que fez as dobradinhas nas três primeiras provas do ano, algo que não aconteceu nem nos campeonatos em que eles tiveram o domínio absoluto da categoria, entre 2014 e 2016. Enquanto isso, o time italiano vem sofrendo com vários fatores diferentes, que vão desde a briga interna entre seus dois pilotos à dificuldade em entender os altos e baixos do carro.

O prejuízo das três primeiras corridas é grande: o time já está com 57 pontos de desvantagem no Mundial de Construtores, e tem seus pilotos apenas em quarto e quinto no Mundial de Pilotos. Mas, afinal, o que há de errado em Maranello?

Competitividade entre os pilotos: Charles Leclerc mostrou que não precisou de uma fase de adaptação para começar a andar em alto nível na Ferrari. Depois de um GP da Austrália em que não foi tão bem, ele se recuperou rapidamente e quase venceu no Bahrein, tendo ultrapassado Sebastian Vettel no caminho. Na China, os dois também estavam andando no mesmo ritmo - a diferença na classificação foi de apenas 17 milésimos - e acabaram um segurando o outro enquanto as Mercedes escapavam.

Sebastian Vettel, piloto da Ferrari, terminou em terceiro no GP da China - Aly Song/Reuters - Aly Song/Reuters
Imagem: Aly Song/Reuters

Indecisão no comando: O fato de Leclerc e Vettel estarem andando no mesmo ritmo exige do comando da Ferrari posturas firmes para evitar que isso leve a equipe a perder pontos preciosos. E não é isso que tem acontecido. No Bahrein, Leclerc foi instruído a esperar, mas atacou Vettel. E, na China, mostrou seu descontentamento por novamente ter recebido ordens de equipe. Além disso, a ordem no último domingo demorou e deixou Leclerc exposto à estratégia melhor da Red Bull, e o monegasco terminou em quinto.

Carro lento nas curvas: A grande vantagem da Mercedes na China foi nas curvas de alta velocidade, em que a Ferrari está perdendo muito e ainda não tem clareza do porquê, uma vez que isso não parecia ser um problema na pré-temporada. Acredita-se que isso tenha a ver com a opção por um carro que gera menos arrasto e foi projetado para ser melhor nas retas e, na China, o time já estava tentando asas traseiras maiores para tentar remediar o problema.

Carro de Leclerc falha no final do GP do Bahrein - Reprodução/F1 - Reprodução/F1
O momento da falha no carro de Leclerc
Imagem: Reprodução/F1

Rendimento inconsistente nas retas: As retas seriam o ponto forte do carro da Ferrari e, na classificação na China, a Mercedes calcula que a vantagem deles tenha sido de 0s35, o que é bastante em termos de F1. Por conta disso, o time alemão temia que seria engolido nas retas no início da corrida, mas os carros vermelhos nem chegaram perto e a tal vantagem nas retas desapareceu durante o GP. É possível que ela tenha a ver com algum modo de motor que os ferraristas não podem usar na corrida por questões de confiabilidade. Eles já fizeram alterações no motor depois dos problemas que tiraram a vitória de Charles Leclerc no Bahrein.

Acertos muito diferentes: Não ajuda nada a Ferrari a compreender o que deve fazer no carro o fato dos dois pilotos terem estilos de pilotagem muito diferentes. Charles Leclerc se sente à vontade com a traseira mais solta, e Sebastian Vettel precisa justamente do contrário. Assim, os dois carros têm ido à pista com configurações bastante diferentes.

A próxima etapa da Fórmula 1 será dia 28 de abril, em Baku, no Azerbaijão. Lá, são raras as curvas de alta velocidade e há a reta mais longa da F1. Será uma chance de ouro, portanto, para a Ferrari se redimir na temporada.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do que foi publicado na versão inicial do texto, o correto é a reta mais longa da Fórmula 1, não da Ferrari. A informação foi corrigida.

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