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Hamilton relembra racismo na infância: "Sei como é ser intimidado"

Lewis Hamilton, piloto da Mercedes em 2019 - William West/AFP
Lewis Hamilton, piloto da Mercedes em 2019 Imagem: William West/AFP

Do UOL, em São Paulo

09/05/2019 18h13

Você imaginaria que Lewis Hamilton, cinco vezes campeão mundial da Fórmula 1, foi uma criança insegura e vítima de bullying? Sim, ele foi. Hoje, o piloto da Mercedes deu um depoimento emocionante sobre confiança, aceitação e contou como o caratê o ajudou na infância.

"Eu sei o que é se sentir como um estranho. Quando criança, eu sempre fui a última escolha para as equipes no parquinho. Eu era uma das três crianças negras da minha escola. Eu conheço a tristeza que vem com a sensação de que você não se encaixa ou não é aceito por quem você é. E eu sei como é ser intimidado por isso também", começou contando Hamilton."

E a solução encontrada pelo piloto foi pedir ao pai para praticar caratê, buscando alguma forma de defesa pessoal.

"Mas no fundo eu sempre tive autoconfiança. Uma positividade de que as coisas deveriam e poderiam ser melhores. Eu sabia que se eu quisesse que as coisas mudassem, eu teria que ser destemido", disse.

A modalidade escolhida por Hamilton ajuda na concentração, além de justamente desenvolver a autoconfiança e o sentimento de segurança. E foi isso o que aconteceu com o piloto ainda na infância.

"O caratê me ensinou disciplina, respeito e humildade, e me deu a confiança necessária para enfrentar esses valentões e defender os que estavam sendo vítimas de bullying", continuou. Na publicação do Instagram, Hamilton aparece vestindo um kimono e simulando alguns golpes.

Ao final do depoimento, o piloto ainda incentivou as crianças a lutarem contra o bullying e aceitarem as diferenças.

Confira o depoimento de Hamilton na íntegra:

Eu sei o que é se sentir como um estranho. Quando criança, eu sempre fui a última escolha para as equipes no parquinho. Eu era uma das três crianças negras da minha escola. Eu conheço a tristeza que vem com a sensação de que você não se encaixa ou não é aceito por quem você é. E eu sei como é ser intimidado por isso também.

Na escola, eu era pequeno, sozinho e um alvo fácil para as crianças maiores. Eu me defenderia, mas geralmente estava em desvantagem e não sabia como me defender. Lembro-me de estar sentado na parte de trás do carro com meu pai e minha mãe, estando tão triste por dentro, mas com vergonha de contar a eles.

Mas no fundo eu sempre tive autoconfiança. Uma positividade de que as coisas deveriam e poderiam ser melhores. Eu sabia que se eu quisesse que as coisas mudassem, eu teria que ser destemido. Se meus professores não ajudassem, eu teria que aprender como me defender. Então, sentei naquele carro, perguntei ao meu pai se eu poderia ir para o caratê.

O caratê me ensinou disciplina, respeito e humildade, e me deu a confiança necessária para enfrentar esses valentões e defender os que estavam sendo vítimas de bullying. Este foi um dos melhores sentimentos quando cheguei ao ensino médio, sendo capaz de defender os outros e oprimir os valentões.

O bullying não deve ser tolerado, as escolas devem ser duras com o bullying, e os pais deem aos seus filhos as ferramentas para se defenderem. E crianças, POR FAVOR, não fiquem caladas. Não se esconda ou mude quem você é - ABRACE O QUE O FAZ DIFERENTE e diga a seus pais e professores se você está sendo intimidado. E, se você puder, vá para a aula de defesa. No final, embora você não sinta, você é forte. Eu acredito em você.

I know what it's like to feel like an outsider. As a kid I was always last pick for teams in the playground. I was one of only 3 black kids in my school. I know the sadness that comes with feeling like you don't fit in or not being accepted for who you are. And I know what it's like to be bullied for it too. At school, I was small, alone and an easy target for the bigger kids. I'd stand up for myself, but was usually outnumbered and didn't know how to defend myself. I remember sitting in the back of the car as a six-year-old driving home with my dad and step mum, being so sad inside but too embarrassed to tell them. But deep down I've always had self-belief. A positivity that things should and could be better. I knew if I wanted things to change I'd have to be fearless. If my teachers weren't going to help then I'd have to learn how to defend myself. So, sat in that car, I asked my dad if I could go to karate. Karate taught me discipline, respect and humility and gave me the confidence to stand up to those bullies, and to stand up for others who were being bullied. This was one of the best feelings once I got to high school, being able to defend others and oppress bullies. Bullying should not be tolerated, schools must be tough on bullying, and parents, give your kids the tools to be able to defend themselves. And kids, PLEASE don't stay silent. Don't hide, or change who you are - EMBRACE WHAT MAKES YOU DIFFERENT and tell your parents and teachers if you're being bullied. And, if you can, go to defence class. In the end, though you might not feel it, you are strong. I believe in you. Speak out! #tbt

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