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Williams atinge pior sequência de sua história após 13 corridas sem pontos

George Russell e Robert Kubica, pilotos da Williams - Thomas Peter/Reuters
George Russell e Robert Kubica, pilotos da Williams Imagem: Thomas Peter/Reuters

Do UOL, em São Paulo

27/05/2019 04h00

A Williams terminou o Grande Prêmio de Mônaco sem somar pontos. Com George Russell em 15º e Robert Kubica em 18º, completou 13 corridas consecutivas fora da zona de pontuação, série iniciada em Cingapura-2018, e igualou o maior jejum de corridas “zeradas” em sua história.

Quando estreou na categoria com seu atual nome, em 1977, a Williams disputou 11 corridas no ano com o belga Patrick Nève, sem pontuar em nenhuma. O melhor resultado foi um sétimo lugar no GP da Itália, na época em que apenas os seis primeiros pontuavam.

No ano seguinte, Alan Jones chegou e assumiu a vaga na equipe. Depois de duas provas sem pontuar (Argentina e Brasil), o australiano foi o quarto colocado na África do Sul e deu ao time de Frank Williams os primeiros pontos de sua história. No mesmo ano, Jones foi o segundo colocado no GP dos EUA disputado em Long Beach e deu ao time seu primeiro pódio.

De lá para cá, a Williams viveu um auge vitorioso nas décadas de 80 e 90 e uma decadência no século XXI. E a saída da BMW no fim de 2005 acentuou a situação pouco competitiva do time, que só ganhou fôlego com a Mercedes em 2014 e 2015. Desde então, foi alcançada e superada pelas adversárias.

Em 2006, por exemplo, a dupla Mark Webber e Nico Rosberg somou dez provas seguidas sem pontos. Em 2013, Pastor Maldonado e Valtteri Bottas passaram em branco nas nove primeiras corridas – sendo que a Williams já não havia pontuado na última prova de 2012. Em 2018, com Lance Stroll e Sergey Sirotkin, foram outras nove provas sem pontuar.

E se já contabiliza 13 corridas sem pontuar, a Williams vive hoje uma situação pior que a de 1977 e 1978. Desde 2010, a Fórmula 1 distribui pontos para os dez primeiros colocados. Com tal sistema naquela época, a equipe - que tinha apenas um piloto - teria contabilizado 10 pontos naquelas 13 provas. Mais do que os sete que conseguiu desde o começo de 2018.

Correndo entre as nanicas

Passar as seis primeiras corridas do ano sem somar pontos, como em 2019, não é inédito para a Williams. Em 2013, como citado, a equipe passou em branco nas nove primeiras provas. Só que, se ainda não igualou sua pior temporada neste quesito, a Williams já repete as performances das equipes que se acostumaram a fechar o grid nas temporadas recentes - e que não raro tiveram desempenhos no máximo medianos depois disso.

Desde 2010, quando os 10 primeiros colocados passaram a pontuar, passar tanto tempo sem somar pontos foi algo restrito a equipes em má situação. Na três temporadas em que disputou a categoria, de 2010 a 2012, a Hispania (depois HRT) jamais pontuou. O mesmo vale para a Lotus (depois Caterham), que fez figuração na categoria entre 2010 e 2014.

A Virgin também estreou em 2010, sendo sucedida por Marussia e Manor, deixando a F-1 no fim de 2016. Neste período, teve um pouco mais de sucesso, somando pontos em duas ocasiões: Mônaco-2014 (sexta etapa daquela temporada) e Áustria-2016 (nona corrida).

Entre as demais escuderias, a Sauber já viveu situação parecida. Em 2010, passou as seis primeira provas sem pontuar, mas conquistou um 10º lugar com Kamui Kobayashi na Turquia e fechou o ano com 44 pontos. Em 2014, a dupla Adrian Sutil e Esteban Gutiérrez nem sequer pontuou, enquanto o time somou só dois pontos em 2016, quando Felipe Nasr terminou o GP do Brasil – a 20ª corrida do ano – em nono.

A McLaren, embora não viva sua melhor fase, tem se mantido com alguma regularidade no pelotão intermediário. Em 2015, por exemplo, o time só foi somar pontos na sexta corrida do ano, com o oitavo lugar de Jenson Button em Mônaco. No fim, a equipe contabilizou 27 pontos na temporada. Depois, em 2017, pontuou com o nono lugar de Fernando Alonso no Azerbaijão, oitava etapa do ano, mas fechou o ano com 30 pontos.

Em Mônaco

No GP de Mônaco de 2019, os dois carros da Williams terminaram a prova, mas nenhum deles pontuou. Desde que começou a disputar a categoria com dois carros, em 1979, a equipe só passou por essa situação em outras quatro edições da prova: 1985, 1989, 2015 e 2018.

Hoje, longe de brigar por pódios e vitórias, e sofrendo até para pontuar, a Williams tem pouco a comemorar. Em Monte Carlo, o escuderia britânica celebrou o fato de ter andado perto dos carros de Alfa Romeo e Racing Point – Sergio Pérez, o melhor das três equipes citadas, foi o 13º. A Racing Point tem 17 pontos em 2019, contra 13 da Alfa Romeo.

“Foi uma corrida aproveitável, uma vez que conseguimos competir genuinamente com as Alfa Romeo e com as Racing Point. Foi um raro Grande Prêmio de Mônaco com poucos acidentes e abandonos, e nós não conseguimos pontuar. No entanto, os dois pilotos estiveram muito bem e conseguiram corridas controladas para que a estratégia de uma parada funcionasse”, analisou Dave Robson, engenheiro de corrida da Williams.

Os pilotos foram igualmente otimistas, mas comedidos, nas declarações oficiais. “Nosso ritmo era muito forte”, afirmou George Russell. “Meu engenheiro veio no rádio e disse que estávamos virando voltas no mesmo tempo dos líderes. Conseguimos algumas boas voltas e, no fim, fiquei satisfeito com meu desempenho.”

“Foi uma corrida sem sorte para mim, mas Mônaco é assim”, analisou Robert Kubica. “Giovinazzi (da Alfa Romeo) me atingiu na Rascasse e eu perdi muito tempo ali, mas as coisas são assim”, lamentou.

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