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"Todo mundo sabe que F-1 não vai para o Rio", diz ex-chefão da categoria

03.abr.2016 - Chefe da Fórmula 1, Bernie Ecclestone, durante o GP do Bahrein - ANDREJ ISAKOVIC/AFP
03.abr.2016 - Chefe da Fórmula 1, Bernie Ecclestone, durante o GP do Bahrein Imagem: ANDREJ ISAKOVIC/AFP

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Spielberg (AUT)

29/06/2019 13h43

O ex-chefão da Fórmula 1, Bernie Ecclestone, não acredita que o GP do Brasil possa ser disputado no Rio de Janeiro a partir de 2021. Falando com exclusividade ao UOL Esporte, o britânico disse acreditar que o projeto de construção de um autódromo na região de Deodoro, na capital fluminense, é apenas uma manobra política.

Na semana passada, durante passagem do CEO da Fórmula 1 pelo Brasil para negociar com autoridades e promotores ligados ao projeto do Rio de Janeiro e também de São Paulo, o presidente Jair Bolsonaro disse que há "99% de chance, ou mais, da corrida ir para o Rio" depois do final do atual contrato com Interlagos, que garante a realização das etapas deste ano e de 2020.

"Todo mundo sabe que não vai ter GP no Rio, é algo apenas político", cravou Ecclestone ao UOL Esporte. "O grande problema é que os americanos não entendem a situação. Para negociar com o Brasil, é preciso conhecer o Brasil."

Quando fala nos americanos, Ecclestone se refere à Liberty Media, que assumiu o controle da Fórmula 1 em 2017, quando o octogenário vendeu os direitos comerciais da categoria. Antes disso, era Ecclestone quem fechava pessoalmente os contratos com os promotores de corridas e, no Brasil, tinha ainda uma relação estreita com o promotor Tamas Rohonyi, de quem foi sócio.

É por conta dessa relação que o GP do Brasil tem uma situação privilegiada, sem pagar, desde o ano passado, a taxa que as demais pistas pagam para receber a Fórmula 1. Este valor varia dependendo do contrato, mas é de 25 a 30 milhões de dólares em média por ano. É por conta disso e pelo desejo da Liberty Media trabalhar com outro promotor no Brasil, que abriu-se a possibilidade da etapa brasileira mudar de autódromo. Mas Ecclestone acredita que a experiência de Tamas não deveria ser descartada facilmente.

"Será que precisamos substituir Tamas? Ele sabe como fazer, quem contratar, sabe fazer a coisa funcionar bem para ele. O que é necessário é encontrar quem coloque dinheiro na corrida. Acho que toda essa história do Rio de Janeiro ajude o pessoal de São Paulo a se mexer."

Embora Bolsonaro tenha praticamente garantido a ida da Fórmula 1 para o Rio de Janeiro, o CEO da F-1, Chase Carey, salientou durante sua viagem ao Brasil, na qual também se reuniu com a Rede Globo para negociar a renovação do contrato dos direitos de TV, que a disputa segue em aberto.

Errata: este conteúdo foi atualizado
A cidade Rio de Janeiro também pode ser chamada de capital fluminense.

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