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Obama apoia atitude de jogador da NFL que protestou durante hino dos EUA

Ronald Martinez/Getty Images/AFP
Imagem: Ronald Martinez/Getty Images/AFP

Do UOL, em São Paulo

05/09/2016 15h51

O quarterback Colin Kaepernick, recém-anunciado como integrante do elenco do San Francisco 49ers para a próxima temporada da NFL, causou tanto barulho ao protestar durante o hino nacional dos Estados Unidos durante a pré-temporada da liga que levou até o presidente Barack Obama a falar sobre o assunto nesta segunda-feira (5).

Participando do evento G20 em Hangzou, na China, Obama declarou que está acompanhando a polêmica à distância, embora não de perto. "Eu confesso que não tenho pensado sobre futebol americano enquanto estive aqui, nem acompanhando de perto, mas meu entendimento é que, no mínimo, ele está exercitando seu direito constitucional de dar uma mensagem", argumentou o presidente.

A polêmica começou no último dia 26 de agosto, durante a partida contra o Green Bay Packers. Ao contrário de seus colegas, Kaepernick se sentou durante o hino em um protesto silencioso. Depois do jogo, explicou sua posição em entrevista.

"Eu não vou me levantar para mostrar orgulho à bandeira de um país que oprime pessoas negras e pessoas de cor. Para mim, isso é maior que o futebol [americano] e seria egoísta da minha parte enxergar de outra forma. Têm corpos nas ruas e pessoas se safando de assassinatos", declarou.

Desde então, entre críticas e mensagens de apoio, outros atletas se juntaram a Kaepernick nas manifestações. No último jogo dos 49ers na pré temporada, o safety Eric Reid acompanhou o colega ao ficar sentado, enquanto Jeremy Lane, cornerback do Seattle Seahawks, fez o mesmo em uma partida do seu time.

"Eu acho que há um grande histórico de figuras do esporte a fazerem isso. Não duvido da  sinceridade dele, baseado no que eu ouvi. Acho que ele se preocupa sobre problemas legítimos e reais que tem que ser falados. Em todo caso, o que ele tem feito é gerar mais discussões sobre alguns tópicos que tem que ser discutidos", continuou Obama, que disse compreender a resistência de ex-militares aceitarem e compreenderem a manifestação do atleta.

"Vocês me ouviram falar no passado sobre a necessidade de termos uma cidadania ativa. Às vezes isso causa bagunça, controvérsia e deixa pessoas irritadas e frustradas, mas eu prefiro ter pessoas jovens engajadas nas discussões e tentando pensar como elas podem ser parte do nosso processo democrático do que pessoas que estão apenas alheias e não prestando atenção de forma alguma", concluiu o presidente, com uma mensagem de apoio às manifestações populares.

Kaepernick será o reserva imediato de Blaine Gabbert na próxima temporada da NFL, que começará na próxima quinta-feira (8), com o jogo entre Denver Broncos e Carolina Panthers, a reedição do último Super Bowl.