Topo

Clubes argentinos se unem em repúdio à ditadura e ao golpe de 1976

San Lorenzo se juntou ao repúdio à ditadura na Argentina - Reprodução
San Lorenzo se juntou ao repúdio à ditadura na Argentina Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

24/03/2019 13h55

Classificação e Jogos

Vários clubes de futebol argentinos se juntaram neste domingo (24) para relembrar o Dia Nacional da Memória pela Verdade e Justiça e subiram a hashtag #NuncaMás, em repúdio ao golpe de Estado que iniciou uma ditadura civil-militar no país em 1976.

A data foi instituída pelo parlamento argentino em 2001 como uma forma de homenagear os cerca de 30 mil desaparecidos políticos do regime comandado por uma junta militar, que durou até 1983.

"O Racing tem claro que Nunca Mais é um símbolo intimamente ligado à vida", escreveu o atual o líder do campeonato argentino. "Por isso não esquece e por isso, como integrante das centenas de instituições e esportivas e não esportivas que formam parte da sociedade argentina, se incorpora à comemoração do Dia Nacional da Memória pela Verdade e Justiça."

Em 1976, uma coalizão de militares, entidades civis e eclesiásticas, se uniram para destituir e prender a presidente Maria Estela Martinez de Perón, assim como alguns de seus ministros. Os anos seguintes foram marcados por violações de direitos humanos, como tortura e perseguição política.

Sobre a ditadura, o Racing escreveu que o regime tinha um "plano genocida" e "sequestrou, torturou, assassinou e desapareceu com milhares de cidadãos e cidadãs. Além disso, desenvolveu um plano sistemático de apropriação de menores que tirou o direito à identidade de centenas de meninos e meninas."

Para lembrar a data, o Banfield publicou um vídeo que mostra entrevista com a irmã de uma desaparecida torcedora do clube. "Repudiamos energicamente a ditadura cívico-militar, um capítulo trágico da história de nosso país", escreveu o Lanús.

24.mar.2015 - Integrantes de entidades de direitos humanos e familiares de pessoas desaparecidas durante a ditadura militar argentina marcham nesta terça-feira (24) em Buenos Aires, em memória dos 39 anos do golpe militar que depôs Isabel Perón. A Justiça da Argentina condenou nos últimos nove anos um total de 563 pessoas e processou outras 889 por crimes contra a humanidade cometidos durante a última ditadura no país (1976-1983), informaram fontes oficiais - Juan Ignacio Roncoroni/EFE - Juan Ignacio Roncoroni/EFE
Integrantes de entidades de direitos humanos e familiares de pessoas desaparecidas durante a ditadura militar argentina marcham em 24 de março de 2015
Imagem: Juan Ignacio Roncoroni/EFE

O Atlético Tucumán desejou que uma ditadura nunca mais aconteça no país: "43 anos depois da época mais sombria de nosso país, o Atlético Tucumán adere ao pedido de Memória, Verdade e Justiça para que Nunca Mais volte a ocorrer." O pedido foi seguido também pelos dois clubes mais populares da Argentina, o Boca Juniors e o River Plate.

Desde 2003, organizações de direitos humanos, como as Mães da Praça de Maio e as Avós da Praça de Maio, organizam uma marcha no centro de Buenos Aires para relembrar o genocídio promovido pelo Estado durante o período. A manifestação deste ano está marcada para a tarde deste domingo. Ao final manifestantes se concentrarão na Praça de Maio para ler um documento assinado pelas famílias dos desaparecidos, que ainda lutam para encontrar seus parentes.