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Caso Victor Ramos: Vitória diz que Bahia está com medo de enfrentá-lo

Presidente Raimundo Viana (esq.) lamentou a atitude do arquirrival Bahia - Divulgação/Vitória
Presidente Raimundo Viana (esq.) lamentou a atitude do arquirrival Bahia Imagem: Divulgação/Vitória

Do UOL, em São Paulo

30/03/2016 13h05

O caso Victor Ramos ainda rende e está longe de chegar ao capítulo final. Na última terça-feira, foi a vez de o presidente Raimundo Viana, em entrevista ao jornal Correio, reprovar a atitude do Bahia em entrar como interessado no caso e dizer que o clube tricolor está fazendo isso por medo de encarar o arquirrival Vitória na decisão do Campeonato Baiano.

“O que me chamou atenção disso tudo e causou desgosto e tristeza foi o comportamento do presidente do Bahia [Marcelo Sant’Ana]. Ele não teve o cuidado de ligar, dizer que soube da notícia e até avisar que ia botar a boca no mundo. Eu não teria uma postura dessas. Ele convocou uma coletiva [na última terça] para alfinetar. O Vitória não tem nada a esconder. O Bahia tá é com medo de enfrentar o Vitória lá na frente. Devem ter pensado: ‘não queremos enfrentar aqueles desgraçados’. Estão tremendo de medo, só pode”, disse Raimundo.

O presidente falou também sobre a suposta ‘ajuda’ que o Bahia vem dando ao Flamengo de Guanambi, time que acionou o clube rubro-negro no Tribunal de Justiça Desportiva da Bahia (TJD-BA) por conta da suposta escalação irregular do zagueiro Victor Ramos.

“O Flamengo deve estar bem financeiramente, porque contratou advogados de alta qualidade do Rio de Janeiro. Soube que [o Bahia] já disponibilizou jatinho e tudo mais. O que me parece lamentável, porque o campinho lá [do estádio 2 de Julho] tem um vestiário que não cabem duas pessoas. Precisamos tirar jogador para entrar outros e descansar no intervalo de jogo. Eles poderiam usar o dinheiro para ampliar esse espaço. Mas soube que [o Bahia] colocou a infraestrutura jurídica deles para respaldar as ações do Guanambi”, acrescentou.

Bahia se defende

O Bahia, por sua vez, negou que esteja assessoria jurídica ao Flamengo de Guanambi e explicou que o único interesse do clube no caso é “buscar a legalidade e a transparência, preservando o Campeonato Baiano” e que “caberá ao TJD-BA, ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJS-BA) ou ao Comitê de Resolução de Litígios da Fifa, desde que provocados, esclarecer e julgar se a transferência do atleta é regular ou irregular e se o atleta atuou de maneira regular ou irregular no Estadual 2016”.

Entende o caso

Emprestado pelo Monterrey, do México, ao Vitória até o fim da temporada, Victor Ramos teve seu nome publicado no Boletim Informativo Diário (BID) da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) no dia 18 de março.

Porém, de acordo com o parágrafo terceiro do artigo 20 do regulamento do Campeonato Baiano, 'nas transferências internacionais, independentemente do protocolo dos documentos de registro e inscrição do atleta só terá condição legal de jogo após a devida concessão da transferência pela CBF e se o seu nome estiver incluído no BID da CBF até às 19h do dia 16 de março, prazo final das inscrições de atletas'.

A defesa do Vitória é que a transferência de Victor Ramos não é internacional, já que ele estava emprestado ao Palmeiras – seu último clube – e o Monterrey não pediu o seu retorno. Sendo assim, seria uma transferência nacional, assim como também alegou a Federação Bahiana de Futebol (FBF) em nota oficial publicada na última segunda-feira.

Na nota, a FBF diz que "a inscrição do atleta Victor Ramos Ferreira no Campeonato Baiano de Futebol Profissional Série A - 2016, pelo Esporte Clube Vitória, se deu com base em contrato regularmente registrado em 16/3/2016 e em informação da CBF, posteriormente ratificada por e-mail, no sentido de que se tratou de transferência nacional, pois o ITC (Certificado de Transferência Internacional) já estava no Brasil".