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Mancini nega ordem para forçar expulsões e promete punir atletas do Vitória

Briga - MARGARIDA NEIDE/AGÊNCIA A TARDE/ESTADÃO CONTEÚDO - MARGARIDA NEIDE/AGÊNCIA A TARDE/ESTADÃO CONTEÚDO
Imagem: MARGARIDA NEIDE/AGÊNCIA A TARDE/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo

18/02/2018 18h21

Em entrevista ao programa "Troca de Passes", do SporTV, na noite deste domingo (18), Vagner Mancini, técnico do Vitória, voltou a negar que orientou jogadores a forçar cartões vermelhos e, assim, encerrar precocemente o clássico contra o Bahia, no Barradão, pelo Campeonato Baiano. Ele, no entanto, disse que a postura dos atletas será avaliada internamente e não descartou punições.

Ele prometeu reunir o elenco nesta segunda-feira (19) para analisar os episódios lamentáveis e lamentou que o jogo, antes rotulado como "Ba-Vi da paz" e que acabou com nove jogadores expulsos, tenha acabado desta maneira.

"Vou chamá-los amanhã, conversar com todo o grupo, repudiar tudo isso o que eu vi, as agressões, o antijogo. É lógico que eu, que estou no futebol há mais de 35 anos, vou repudiar isso. É lógico que eu vou chamá-los e punir quem tiver de ser punido porque eu sou um defensor do futebol", afirmou.

"É uma página para ser esquecida do futebol baiano. Infelizmente aconteceu, e eu não queria isso. São coisas lamentáveis, e eles serão cobrados por isso com certeza", reafirmou Mancini.

Culpa do rival

Em entrevista coletiva no Barradão, o treinador do Vitória culpou o atacante Vinícius por comemorar seu gol com uma dancinha perto da torcida do Bahia, o que acabou provocando a briga generalizada.

Após fazer o gol de empate, de pênalti no começo do segundo tempo, Vinícius comemorou o gol dançando perto da torcida rubro-negra. Fernando Miguel, o goleiro do Vitória, não gostou e foi tomar satisfação. Vinicius não revidou, mas recebeu ao menos dois socos no rosto, um Denilson e outro de Kanu.

O árbitro expulsou sete jogadores, entre titulares e reservas, incluindo Vinicius. Quando a partida recomeçou, mais dois jogadores do Vitória foram expulsos. Primeiro Uillian Correia, por falta de jogo, e depois Bruno Bispo forçou a própria expulsão, deixando seu time com seis atletas em campo e dando fim precoce ao jogo.

“Quem causou a briga foi o jogador Bahia”, disse o técnico do Vitória após a partida. “Ao longo da semana, o atleta soltou um monte de coisa nas redes sociais, aí foi vibrar na frente da torcida do Vitória, sendo que a torcida do Bahia está no estádio. Por que ele foi vibrar com a torcida do Vitória?"

Nesta entrevista, Mancini também negou que tenha orientado seus jogadores forçarem expulsões para encerrar o jogo precocemente. "Eu vou cobrar do meu time que eles deveriam ter tido equilibro emocional. Fiquei envergonhado de ver o público indo embora do estádio com 70 minutos de jogo. Tínhamos tudo para ter um grande clássico, aí de repente vemos o público que lotou o Barradão indo embora antes da hora e levando pra casa uma imagem tosca que a gente repudia e não quer ver no futebol.”

O goleiro rubro-negro Fernando Miguel, o primeiro tomar satisfação com Vinicius, pediu desculpas ao torcedor que foi ao Barradão e não conseguiu ver o clássico inteiro. “Passou dos limites e acabou sendo essa vergonha no final. Pedimos desculpa porque o jogo estava bem jogado.”

Já o treinador do Bahia, Guto Ferreira, admitiu que seu atleta cometeu um erro ao celebrar seu gol perto da torcida rival, mas disse que a reação dos jogadores do Vitória foi desproporcional.

“Um erro não justifica o outro”, disse Guto. “Ele pode ter passado, mas caberia à arbitragem, à imprensa depois do jogo fazer qualquer análise e não tirar satisfação da maneira que foi por parte dos jogadores. Até porque ele não ofendeu nenhum jogador, ele comemorou simplesmente, como eles [Vitória] comemoraram quando fizeram o gol. Se for assim se proíba as comemorações do futebol. Existe alguém responsável no campo pra tomar as medidas, quem se desequilibrou foram eles.”

Além das cenas de violência, também chamou atenção a forma como o jogo acabou. Quando a bola parou, um atleta do Vitória atravessou o campo para conversar com Vágner Mancini. Logo depois, na frente do árbitro, Bruno Bispo chutou a bola para longe, forçando que o juiz lhe mostrasse o segundo amarelo e consequentemente o vermelho.

Com seis em campo, o Vitória não ficou apto a continuar e juiz encerrou o jogo. As duas torcidas comemoraram o resultado de 1 a 1.

Guilherme Bellintani, o presidente do Bahia, protestou contra a decisão do Vitória de forçar a última expulsão e encerrar o jogo. “É uma vergonha. Estou assombrado. Um técnico colocar em seu currículo isso de encerrar deliberadamente para não perder um jogo! Aonde vai o futebol baiano depois dessa?”