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Fernandão diz que Bolívar se recusou ficar no banco e escancara racha no Inter

Zagueiro foi chamado após lesão de Juan, mas não quis participar da 36ª rodada - Jeremias Wernek/UOL Esporte
Zagueiro foi chamado após lesão de Juan, mas não quis participar da 36ª rodada Imagem: Jeremias Wernek/UOL Esporte

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

18/11/2012 22h46

Bolívar disse não para Fernandão. E Fernandão não aguentou mais: tornou pública a recusa do zagueiro em ficar no banco na partida contra o Corinthians, neste domingo. O episódio ocorreu após Juan sentir uma lesão o técnico chamar às pressas o camisa dois. A revelação da rusga é a confirmação oficial de um racha interno no vestiário vermelho.

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  • Divulgação/AI Inter

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“Faço a convocação na sexta, antes da minha coletiva. Coloquei o Juan e expliquei os motivos. No sábado, o Juan sentiu uma lesão e fez um exame que confirmou a lesão. Foi feita a convocação e o Bolívar se recusou a vir para o jogo. Eu passei para a diretoria, expliquei o caso, e então chamei o Romário”, contou Fernandão.

O treinador, contudo, seguiu negando que Bolívar tivesse pedido outras vezes para ficar fora do banco. Na sexta-feira, antes da recusa admitida, Fernandão elogiou o zagueiro. E esperava uma espécie de retribuição por sua escalação recente. Fernandão foi contra um pensamento da diretoria e botou Bolívar no time diante da Ponte Preta.

“Eu elogiei o Bolívar na sexta-feira, mas acho que foi uma infelicidade. Ele poderia terminar bem o ano. Viria e ficaria no banco. Mas cada um tem a maneira de pensar. A gente não pode saber. Foi passado para a diretoria, falei o que deveria e a decisão fica com o Luciano e o Giovanni”, disse o técnico. “Sem dúvida nenhuma é um ato de indisciplina. Foi convocado e por um motivo ou outro pediu para não vir. Eu respeitei, não tem como obrigar”, completou.

Bolívar foi capitão do Inter na conquista da Libertadores de 2010, mas desde o segundo semestre do ano passado perdeu o status de titular absoluto da defesa. Nesta temporada já vinha ficando de fora do banco de reservas diversas vezes. A ausência dele sempre era justificada por uma escolha técnica de Fernandão. Ou então com lesões leves.

“Conversei com o Bolívar no sábado e fui bem sincero. Sempre tive uma relação muito boa. Eu tenho que respeitar os motivos, mesmo não concordando.  O Bolívar é meu amigo, mas ficamos cinco ou seis anos longe. Não é um cara que vai na minha casa ou que eu vá na dele [...]A amizade é muito mais valorizada quando é amizade de cobrança. Não adianta ter amizade sem cobrança. Às vezes se cobra de uma maneira ou outra”, finalizou Fernandão.