Presidente do Grêmio se diz surpreso e tenta evitar torcida única no Gre-Nal

O presidente do Grêmio, Fábio Koff, se manifestou nesta terça-feira sobre a recomendação da Polícia Militar para o clássico Gre-Nal do próximo domingo ter torcida única. Surpreso, o mandatário afirmou que pretende evitar que tal situação seja realmente efetivada.

"Tivemos um representante em uma reunião dos órgãos de segurança para setorização e separação do Gre-Nal. Depois disso, mantive contato com o presidente Giovani Luigi, do Internacional. Havíamos acertado a divisão por percentual, que seria justo para os dois clássicos do Brasileiro, até porque o Inter terá uma capacidade muito menor em seu estádio. Enviaríamos para FGF, em seguida para CBF. Estava tudo definido", disse Koff.

"Nesta manhã acordei com a decisão tomada pela Brigada. Como dirigente e como torcedor oriundo da arquibancada fico muito triste. Eu acho o Gre-Nal uma festa que não pertence ao dono do estádio. É uma festa gaúcha. O crescimento de um sempre dependeu do outro. Mas vamos tentar uma solução ao contrário do que foi definido. Caso contrário nos cabe unicamente obedecer as ordens dos responsáveis pela segurança", completou.

A Polícia Militar gaúcha definiu, na manhã desta terça, recomendar que o clássico Gre-Nal da 11ª rodada do Brasileirão tenha torcida única. A decisão será apresentada ao Ministério Público nesta tarde. O órgão superior pode acatar ou não a determinação.

"Não tenho memória de conflito entre torcida do Grêmio e do Inter. Os conflitos tem ocorridos dentro das torcidas. Entre elas não. O interessante é que são facções, não colorados contra gremistas. Sou presidente pelo sétimo ano e não tenho lembrança de um incidente entre eles. Estamos partindo de um pressuposto que vai acontecer, mas sem embasamento de um fato anterior", opinou.

A ideia do Grêmio é buscar uma alternativa para reverter a decisão. Caso contrário, o primeiro Gre-Nal da Arena terá somente gremistas, e o jogo de volta somente torcedores do Inter. A alegação da Polícia foi que o deslocamento de torcedores para Arena será mais difícil, pois o estádio é mais longe. Além de pontos de difícil controle, como estações de trem e ruas no entorno.

"Não falei com o comando da Brigada. Estou aguardando o relatório. Tenho um profundo respeito pela instituição. É uma corporação que orgulha o Estado. Temos que respeitar a decisão deles. Mas isso não significa tentar torná-la sem efeito. Mas se essa decisão for relativa a falta de equipamento, vamos ter que nos curvar, pois a responsabilidade sobre a segurança é deles", finalizou Koff.

Grêmio e Internacional disputam o primeiro clássico da história da Arena do Grêmio no próximo domingo, às 16h. O jogo vale pela 11ª rodada do Campeonato Brasileiro.