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Atacante menos utilizado no ano, Pato ganha nova chance de Tite

Alexandre Pato comemora gol pelo Corinthians; camisa 7 voltará a ter chance no time nesta quarta - Reinaldo Canato/UOL
Alexandre Pato comemora gol pelo Corinthians; camisa 7 voltará a ter chance no time nesta quarta Imagem: Reinaldo Canato/UOL

Gustavo Franceschini

Do UOL, em São Paulo

02/10/2013 06h00

Quem esperava, no início do ano, que Alexandre Pato logo seria titular do Corinthians se deu mal. Dez meses depois, o camisa 7 é o atacante menos utilizado por Tite na temporada, muito por conta de sua dificuldade na marcação. Nesta quarta, ele terá uma nova chance do treinador para conseguir seu espaço na equipe.

Alexandre Pato foi a última revelação de Tite em sua entrevista coletiva da terça-feira, em Mogi Mirim, quando ameaçou fazer mistério sobre a escalação e acabou contando algumas de suas escolhas. A opção pelo ex-jogador do Milan é incomum na temporada corintiana.

Ele é quem menos esteve em campo entre os quatro principais atacantes do elenco. Romarinho e Emerson, cujas rotinas não foram afetadas por convocações, ficaram 3604 e 3393 minutos em campo ao longo do ano, espalhados em 55 e 47 jogos, respectivamente.

Guerrero, jogador cujas características mais se assemelham a Pato, perde em número de aparições: são 43 contra 47. O camisa 7, porém, saiu mais vezes do banco e somou “só” 2238 minutos em campo, contra 3235 do peruano. Não por acaso, “mais tempo” foi um pedido recorrente do atacante ao longo do ano.

As lesões, que consumiram seus anos anteriores, não são mais a razão do ocaso. No Corinthians, Pato foi submetido a uma bateria de exames e só teve um problema médico. Quando era titular do time, no primeiro semestre, ele sentiu uma dor no músculo da coxa direita e perdeu alguns jogos por precaução. Depois disso, só não esteve à disposição de Tite quando viajou com a seleção brasileira.

A explicação para o tempo no banco de reserva é simples, e o treinador já deu dicas em suas entrevistas. Segundo ele, falta a Pato “competir” mais em campo, o que pode ser traduzido como poder de marcação.

Apesar de ter sido formado no Rio Grande do Sul e na Itália, centros conhecidos pelo futebol de força, Alexandre Pato não tem o combate como principal característica. Ele é, entre os quatro atacantes, aquele que menos desarmou rivais ao longo do ano, segundo o Datafolha. No esquema de Tite, a participação de todos no sistema defensivo é um pré-requisito para qualquer atleta.

Como centroavante, cabe a ele fazer o primeiro combate nos defensores que iniciam o jogo dos times adversários. Quando deslocado para uma das pontas, o atacante corintiano tem a obrigação de acompanhar o lateral do outro time ao menos até o meio do campo. Não por acaso, jogadores esforçados nesse sentido, como Romarinho e Jorge Henrique, têm espaço com o treinador.

Também pesa contra o ex-jogador do Milan a imagem passada à torcida. Midiático, Pato é frequentemente assunto em esferas distantes do futebol, como o mundo das celebridades. No gramado, ele foge do perfil guerreiro e combativo que prega a torcida alvinegra. O pacote completo, somado com alguns gols perdidos em momentos importantes, não faz dele o atleta mais querido pelo público alvinegro.

O que faz Pato ser uma espécie de exceção no planejamento de Tite é sua qualidade técnica. O jogador, no entendimento do clube, está acima da média dos demais. Hoje ele é o vice-artilheiro do time no ano com 14 gols, contra 17 de Guerrero. Nesta quarta, ele terá sua chance de ampliar essa marca contra o Bahia.

A partida representa muito para o Corinthians, que não vence há oito partidas. Se tropeçar de novo em Mogi Mirim, Pato e companhia podem  ficar a três pontos da zona do rebaixamento. O jogo ocorrerá às 21h50, e terá acompanhamento ao vivo do Placar UOL Esporte