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Dúvida polêmica está de volta ao Atlético-MG. Independência ou Mineirão?

Atlético-MG deve usar o Mineirão mais vezes a partir desta temporada - Bruno Cantini/Clube Atlético Mineiro
Atlético-MG deve usar o Mineirão mais vezes a partir desta temporada Imagem: Bruno Cantini/Clube Atlético Mineiro

Victor Martins

Do UOL, em Belo Horizonte

19/06/2015 06h00

Em junho de 2010 o Mineirão deixou de ser a casa do Atlético-MG. Fechado para passar por uma reforma para a Copa do Mundo, o estádio ficou dois anos e meio sem receber uma partida de futebol. Quando foi reinaugurado, em fevereiro de 2013, o Gigante da Pampulha já não a primeira opção do clube alvinegro. O Atlético estava adaptado ao Independência, outro equipamento que passou por reforma por causa do Mundial de 2014.

Desde então uma polêmica toma conta dos noticiários, das conversas entre torcedores e dos debates nas redes sociais. Qual é o melhor estádio para o Atlético? Independência ou Mineirão? Ao escolher o estádio que fica na Pampulha para receber o duelo com o Joinville, a diretoria alvinegra reacende as discussões sobre o assunto.

Então, qual o melhor critério para escolher o estádio? Faturamento com bilheteria? Nesse ponto o Mineirão leva vantagem por ter o triplo da capacidade do estádio concorrente. Em seis jogos como mandante no estádio, o Atlético levou mais de 280 mil torcedores e arrecadou um pouco mais de R$ 30 milhões. Valores que impressionam, já que em quase 100 partidas no Independência a arrecadação total atinge os R$ 50 milhões.

É claro que o fato de jogar apenas partidas decisivas no Mineirão pesa para arrecadação tão elevada e média de público superior a 47 mil pagantes. Por outro lado, o único ativo que rende algum dinheiro para o Atlético ou demais clubes que jogam no estádio é o estacionamento. Cadeiras premium, camarotes, lojas e outras formas de arrecadação são da Minas Arena, consórcio que administra o estádio.

No Independência o Atlético arrecada metade de tudo o que é vendido no estádio. Desde o picolé vendido na arquibancada ao camarote. É verdade que nos primeiros anos de operação a SCP Arena Independência (Sociedade em Conta de Participação) ainda não apurou resultados positivos, como divulgado nos últimos balanços financeiros do clube. Nessa conta não entra as bilheterias dos jogos.

Para se tornar se torna sócio da BWA, empresa que administra o Independência, o investimento mínimo do Atlético era de R$ 8 milhões, como revelado pelo ex-presidente Alexandre Kalil, em 2012. É justamente essa quantia colocada no acordo que impediu de o Atlético ter lucro nos primeiros anos da arena do Horto. A expectativa é que a partir de 2015 o Independência se torne lucrativo.

O critério técnico é importante e precisa ser levado em conta. Qual o peso de jogar no Independência ou no Mineirão? Por muito tempo o Atlético foi imbatível no Horto. Foram 15 meses sem perder atuando por lá. Embora o aproveitamento nesta temporada esteja abaixo dos anos anteriores, os números gerais ainda são muito bons. Apenas sete derrotas em 101 partidas, seja como mandante ou visitante.

No Mineirão o desempenho alvinegro não fica atrás. São oito vitórias em 14 partidas e somente três derrotas, todas para o Cruzeiro, sempre como visitante. São nove jogos de invencibilidade no estádio que foi o palco das principais conquistas recentes do clube: a Libertadores, a Recopa e a Copa do Brasil. E entre os jogadores? Qual é o estádio favorito?

Em janeiro o UOL Esporte fez uma pesquisa entre os atletas que realizam a pré-temporada na Cidade do Galo. O Independência foi o mais votado. Depois de a diretoria confirmar o jogo com o Joinville no Mineirão, o UOL escutou o goleiro Victor. O camisa 1 do Atlético não escolheu nenhum, mas deixou claro que o time alvinegro tem duas casas em Belo Horizonte e se sente à vontade em ambas.

“A gente não tem preferência, pois o Atlético é forte jogando no Mineirão ou jogando no Independência. E os jogos recentes mostram a nossa força no Mineirão. É gostoso jogar lá, um estádio de Copa do Mundo. Nós não temos como escolher, é uma decisão da diretoria. Independentemente do lugar, temos de entrar em campo e fazer o nosso melhor”.