Inquérito contra Andrés e mais três dirigentes corintianos chega ao STF
O inquérito sobre possível crime fiscal no Corinthians chegou às mãos do Supremo Tribunal Federal e será analisado pelo ministro relator Roberto Barroso. O pedido feito pelo Procurador Geral foi acolhido na terça-feira e permite à Polícia Federal investigar a ação de quatro dirigentes.
Na lista estão o ex-presidente e deputado federal Andrés Sanchez, o atual presidente Roberto de Andrade, o atual vice-presidente André Luis de Oliveira e o ex-diretor financeiro Raul Corrêa.
A escalada do inquérito ao STF ocorre porque Andrés, em função de sua posição como deputado, tem foro privilegiado. Não há prazos para uma posição do ministro Roberto Barroso.
"Como o Andrés virou deputado e a Polícia Federal não pode investigar políticos, ela manda para o Supremo examinar se vai deixar prosseguir ou não", explica Daniel Bialsky, advogado do Corinthians no caso, ao UOL Esporte.
"Houve a ação penal no ano passado e foi arquivada contra a vontade do Procurador Geral. Ele não recorreu, mas pediu à Receita e mandou todas autuações fiscais do Corinthians. Ele entendeu que três autuações não faziam parte da ação arquivada e pediu ao juiz para mandar um ofício à Polícia Federal para verificar se correspondiam ao não pagamento de tributos", detalha Daniel.
O advogado corintiano acredita que, a exemplo da ação penal, o inquérito será extinto. "Vamos mostrar com documentos que as autuações estão englobadas no Refis (programa de refinanciamento fiscal) e está sendo pago mês a mês, cumprindo com a Receita. Nossa expectativa é que confirme isso e se determine a arquivação o pedido", disse.
No último ano, sob pressão, o então presidente Mário Gobbi realizou acordo com a Justiça para o pagamento de impostos vencidos no Corinthians. O clube afirma que todo o parcelamento de tributos está sendo honrado, o que permite o recebimento do patrocínio da Caixa Econômica Federal por um contrato de R$ 30 milhões.
O pagamento desse acordo referente a tributos atrasados é apontado pela direção do Corinthians como um dos principais motivos para a crise financeira no Parque São Jorge. Durante aproximadamente três anos, o clube recolheu impostos dos funcionários, mas não repassou aos cofres públicos.
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