Colombiano usa adaptação como trunfo para ganhar espaço no Atlético-MG
No dia 3 de fevereiro o presidente do Atlético-MG, Daniel Nepomuceno, usou sua conta no Twitter para anunciar a contratação do meia Cárdenas. Destaque do Atlético Nacional do técnico Juan Carlos Osorio, hoje no São Paulo, e que dominou o futebol da Colômbia por algum tempo. Inclusive foi o baixinho que usava a camisa 7 o autor do gol da única derrota do Atlético na Libertadores de 2014, que posteriormente custou a eliminação do então atual campeão do torneio.
Cobiçado por outros grandes rivais brasileiros, como Flamengo, São Paulo e até Cruzeiro, Sherman Cárdenas desembarcou em Belo Horizonte com status de grande contratação. A expectativa em ver o colombiano em ação era tanta, que o técnico Levir Culpi sofreu muitas cobranças, por parte dos atleticanos e da imprensa.
Cinco meses depois, a situação de Cárdenas é bem diferente. Reserva e já sem muito apelo entre os torcedores, o camisa 19 trabalha em silêncio para ganhar um lugar entre os titulares. Com apenas 16 partidas disputadas pelo Atlético, nenhuma inteira, o meia revelou ao UOL Esporte que já se encontra totalmente adaptado ao clube, cidade e estilo de jogo do Brasil.
“Já estou melhor adaptado ao Atlético e ao futebol brasileiro. Agora estou esperando ter mais oportunidades e aí poder demonstrar o meu futebol”, disse Cárdenas, que acredita evoluir a cada vez que consegue jogar.
“Como falei, faltava mais oportunidades. São coisas que para corrigir somente dentro de campo. Bom, mas estou feliz por tudo o que tenho vivido aqui, pela experiência. Temos um elenco muito bom, agora tenho que seguir melhorando”.
A recepção do povo mineiro foi determinante nesse processo. Embora o português ainda não seja sempre compreensível, Cárdenas já mostra muito mais intimidade com a fala. Além de ser bem tratado por todos, seja atleticano ou cruzeirense, o jogador conta que a fácil adaptação de seus familiares no Brasil é fundamental para que ele possa render o máximo em campo.
“Estou muito feliz por estar em Belo Horizonte, que é uma cidade muito bela. E me dou muito bem com o povo daqui. Especialmente com os torcedores do Atlético, que são muito fanáticos. O povo mineiro é muito amigável, isso me ajudou. E minha família também, que gosta muito daqui e está bem. E isso é o mais importante, pois com eles bem eu consigo desenvolver meu futebol”.
Campeão nacional em seu país, Cárdenas pode repetir o feito de outros três compatriotas. Três jogadores colombianos já foram campeões brasileiros. O primeiro e recordista é o volante/meia Freddy Rincón, que venceu a competição por três vezes, com as camisas de Palmeiras (1994) e Corinthians (1998 e 1999). Em 2003 Aristizábal ganhou com o Cruzeiro. O último colombiano campeão brasileiro foi o volante Edwin Valencia, campeão por duas vezes, em 2010 e 2012, ambas pelo Fluminense.
Embora o Atlético seja líder, Cárdenas ressalta o equilíbrio e o nível de disputa dentro de campo. Mas o meia atleticano está confiante e dá a receita para terminar o ano com mais um título pelo clube alvinegro. E o que pode ser determinante para permanência no Brasil, já que ele está emprestado pelo Atlético Nacional e com direitos fixamos em US$ 2,1 milhões – aproximadamente R$ 6,6 milhões.
“É um torneio muito difícil, com muitas equipes boas e todas as partidas parecem finais. E assim que nosso time está encarando, temos que seguir assim. É seguir assim, com os pés no chão, com trabalho e só isso que pode nos manter lutando pelo título”.
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